Em nosso contínuo
passeio pela Floresta, o Lobo Mau continua solto não somente em Princesa, mas,
no mundo todo. Senão vejamos:
I
Em Princesa, na
noite do último dia 29 de abril, fomos surpreendidos com estranho pronunciamento
do senhor prefeito municipal quando disse, dentre outras coisas: “Meus amigos e minhas amigas de Princesa!
Amanhããã..., graças a Deus, devido à grande chuva que está caindo, todas as
ruas da cidade amanhecerão estragadas”. Exultar pela chuva que cai é por
demais salutar. Porém, constatar, de forma antecipada, que o temporal provocará
estragos é mesmo admitir a própria incompetência administrativa desse prefeito
midiático, sem frescura que, mesmo debaixo d’água não perde oportunidade de
aparecer. É sabido por todos que os “estragos” a que Nascimento se refere são
provocados, principalmente, pelos entulhos e restos de podas de árvores
acumulados nas ruas que provocam entupimento de esgotos, bueiros e galerias; pela
falta de manutenção na limpeza desses escoadouros e pelas ruas não calçadas, a
exemplo da Rua Professor Antônio Eugênio, no Bairro Maia que, mesmo tendo os
recursos depositados em conta (por mim deixados) desde novembro de 2016, não
foi ainda pavimentada; dentre outros descasos. Essa tragédia anunciada e
previamente sabida pela atual administração demonstra que, quando se tem
conhecimento do que vai acontecer, significa que esse mal poderia ser evitado.
Ainda bem que a chuva só estraga ruas e, nesse particular, ela [a chuva] vem
sendo parceira do prefeito que vem provocando estragos em todos os demais
segmentos da administração pública. Pelo menos a chuva traz o alento da tão
necessária água enquanto a falta de ações governamentais de Nascimento, ou a
falta delas...
II
Na Paraíba, diante
do fervente caldeirão que envolve denúncias de corrupção, fraudes e demais
crimes contra o que é público, estranhamente, paira um esquisito silêncio
quanto aos supostos comportamentos escusos dos que vêm governando a Paraíba nos
últimos anos. Nomes de peso da oposição se calam de forma veemente e
ensurdecedora diante de tanto barulho feito pela mídia. É incompreensível o
fato de que, ninguém do alto escalão oposicionista, se pronuncie sobre o que
vem acontecendo. Será que são barbas de molho? O medo do compartilhamento da
grande oposição com os denunciantes ou com os agentes da lei causa estranheza,
desapontamento e orfandade política. Resta apenas um alento: agora, saltam aos
olhos os motivos provocadores da hegemonia política e eleitoral do
ex-governador Ricardo Coutinho na Paraíba e se constata que, depois do “Ôba,
ôba”, vem o “Êpa, êpa”; depois dos bons champanhes, vem a ressaca. Ainda bem
que, para arrogância existe remédio: o tempo. Porém, para omissão, o remédio é
o ostracismo, o esquecimento.
III
No Brasil, o que
vemos agora, é o desfecho de mais um ataque do governo contra o setor
educacional. Desta feita, o senhor Ministro da Educação (stragnoshfshorn?)
anunciou que vai reduzir em até 40%, o investimento de verbas nas seguintes
Instituições de Ensino: UnB – Universidade de Brasília; UFBA – Universidade
Federal da Bahia e UFF – Universidade Federal Fluminense. O motivo? Direi: no
exercício do direito democrático de manifestar-se pacificamente, setores
estudantis daquelas Universidades promoveram protestos (ainda durante a
campanha eleitoral do ano passado), contra o então candidato à presidência da
República Jair Messias Bolsonaro (o Mito). No corte orçamentário, o
impronunciável ministro disse claramente que era isso uma retaliação aos que “ao invés de estudarem, promovem balbúrdias
e protestos desnecessários nos campi”. Face à reação vigorosa - tanto da
imprensa como do meio universitário -, contrários a essa vingativa atitude
governamental, o ministro - como é de praxe nesse governo -, voltou atrás
dizendo que a medida anunciada poderia ser revista. Ou seja: mais uma obra de
Bolsonaro pode voltar pro vaso.
IV
No mundo, nos
deparamos com a notícia de que vários milhões de euros já estão assegurados –
através de arrecadação voluntária por vários setores da comunidade
internacional -, para a restauração da histórica Catedral de “Notre Dame” que
pegou fogo no mês passado. Nada mais nobre e necessário. Porém, causa tristeza
saber que, para o socorro às populações miseráveis do sudeste da África,
assoladas por um terrível ciclone - também no mês passado -, quase nada foi
arrecadado. Aí eu pergunto: o que vale mais, as vidas de pessoas miseráveis ou
o patrimônio histórico mundial? Respondo: os dois. O problema é que a
sensibilidade dos poderosos é infensa à agruras que acometem aqueles menos
favorecidos. Recuperar “Notre Dame” que ardeu em chamas por acidente (o Museu Nacional
do Brasil foi destruído pelo fogo da “negligência” e do “descaso
terceiro-mundista”) é por demais necessário. Porém, não pode ser tida como ação
prioritária em relação ao mais de um milhão de vítimas mortas e desabrigadas
pela tragédia africana. A realidade é essa: os acontecimentos trágicos que
ocorrem na Europa ou na América do Norte são “acidentes” rapidamente sanados
enquanto que, no terceiro Mundo, o fogo queima a história por culpa da falta de
cuidado de governos irresponsáveis e incultos e a água mata sem pena,
desbastando contingentes humanos considerados desnecessários para (citando Raul
Seixas) “o nosso belo quadro social”.
ESCRITO EM 1º DE MAIO DE 2019, POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO
ROBERTO.
Caro Dominguinhos, parabéns pelo Blog. Com relação ao silêncio da oposição oficial no tocante as denúncias dirigidas ao governo, não sei se meritórias, ou não, é de fácil explicação.
ResponderExcluirOra, a dita operação calvário repete o modus operandi da farsa a jato, qual seja, pretende engolir a dita esquerda (paraibana), como, também a direita oficial (paraibana), vide o velório do PSDB. E, sendo assim, quem sobraria politicamente? Ora, a direita pomba gira, hoje representada pelo PSL e alas do finado PSDB.
Portanto, é tudo uma farsa, a jato e a calvário.