quarta-feira, 5 de junho de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES






SEBASTIÃO MEDEIROS nasceu em Princesa, em 11 de janeiro de 1902, filho do senhor Plácido José de Medeiros e de dona Philomena Leandro, casado com dona Anália Xavier de Sá com que teve os seguintes filhos: Lauricéa, Reginaldo, Hélio, Filomena, José Nildo, Sebastião Filho e Sandra. Sebastião, desde cedo vocacionado para o comércio, talvez tenha sido o maior comerciante princesense de todos os tempos. Teve longa vida e, nesse transcurso, nunca deixou de fazer negócios. Já na década de 1930, era Medeiros o maior comerciante do Alto Sertão Paraibano. Dono da “Casa Estrêla”, fundada em 1927, através desse empreendimento desenvolvia suas atividades negociais que envolviam, desde a produção e beneficiamento de algodão; compra e venda de peles à comercialização de tecidos e gasolina. Além dessas atividades industriais e comerciais era também proprietário de vastas terras agricultáveis e criador de gado. A “Casa Estrêla”, especializada em estivas era gerenciada pelo seu irmão mais novo Belarmino Medeiros, mais conhecido por “Belo Medeiros”, já naquela época (década de 30) expandia suas ações comerciais através de duas filiais: uma no vizinho distrito de Tavares e a outra no distrito de Alagoa Nova (atual Manaíra). Os negócios de Sebastião Medeiros se estendiam também às comunas do Vale do Piancó, vendendo em grosso para as praças de Nova Olinda, Sant’Ana, Conceição, Misericórdia (atual Itaporanga), dentre outras praças. A “Casa Estrêla”, de acordo com o “Anuário da Paraíba” de 1934 era:
“Uma das mais importantes casas de comercio da cidade de Princêza, no interior do Estado da Paraiba, é, sem duvida alguma, a CASA ESTRÊLA, de propriedade do negociante Sebastião Medeiros. Não só pela solida situação em que se encontra financeiramente, a referida firma, como, tambem, pelos largos negócios que desenvolve, o grande estabelecimento que enriquece o comercio da linda cidade sertaneja, porque, sem duvida, um grande destaque dentre as maiores e mais consideradas casas comerciais de Princêza”.
     Além de importante comerciante, Medeiros adentrou também na seara política. Porém, nessa atividade, não logrou êxito. Foi candidato a prefeito de Princesa em 1947 concorrendo com Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano), tendo como seu companheiro de chapa o também comerciante Severino Barbosa de Oliveira. Nesse pleito, Sebastião obteve 2.150 votos contra 2.456 obtidos por “seu” Mano que imprimiu uma diferença de 346 sufrágios sobre Medeiros. Derrotado nesse pleito, Sebastião Medeiros concorreu novamente ao cargo de prefeito, em 1955, tendo como seu vice-prefeito o tavarense Tertuliano Nunes de Morais, mais conhecido como “Terto”. Nessa empreitada foi novamente derrotado por “seu” Mano que o bateu nas urnas quando recebeu dos eleitores, 3.192 sufrágios contra Sebastião que foi votado por 2.497 eleitores. Foi essa a última incursão de Sebastião Medeiros em busca de um cargo eletivo. O insucesso do grande comerciante na vida pública provocou a criação de comentário público e malicioso entre aqueles que se diziam seus correligionários, que dizia: “Quando é pra perder a eleição, Aloysio bota Sebastião”.
     Além das atividades comerciais e políticas, Sebastião Medeiros teve também intensa vida social, uma vez que participava de todos os eventos da cidade. Foi membro do “Grêmio Recreativo Princesense”, fundado em 1925. Era ativo nas festividades profanas promovidas pela Igreja, como leilões, quermesses, etc. e, na vida social da cidade, foi participante quando não promotor de várias festas. Pelo muito que representou Sebastião Medeiros para a construção da história da nossa Terra, está esse nobre cidadão a merecer ser inscrito no panteão dos princesenses ilustres.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 04 DE JUNHO DE 2019)

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