JOÃO MANDÚ NETO nasceu em Princesa em 19 de junho de
1935 e era filho de Valdemar Mandú e de dona Nair Mandú. Casou-se, em 14 de
abril de 1963, com dona Maria Nazélys Costa Mandú, com quem constituiu família,
tendo os seguintes filhos: Eugênio Pacelli; Marcelo José; Maria dos Anjos
(falecida logo que nasceu); Socorro Maria; Carlos Carmelo; Sandro Alberto e
Nilza Maria. João Mandú teve também uma irmã, chamada Nilza Mandú que,
acometida de grave doença, faleceu precocemente aos 36 anos de idade. A
fatalidade da morte atingiu Mandú desde cedo, pois, já em 1939 quando ainda em
tenra idade, perdeu seu pai Valdemar e viu sua mãe retornar à sua terra natal
(Recife), deixando, ele e sua irmã, aos cuidados das tias “Mira” e “Quina”.
Essas duas foram as responsáveis pela criação de João e de Nilza. Desde cedo
João demonstrou interesse pelas coisas da Igreja. Católico por formação e
herança familiar, quando adolescente revelou o desejo de ser padre, no que foi
acolhido com muita alegria por suas tias e demais familiares. Ingressou no
Seminário da Ordem dos Carmelitas em Recife onde permaneceu por algum tempo,
porém, logo entendeu que não era verdadeiramente vocacionado para o sacerdócio
e retornou a Princesa. Aqui chegando, aos 18 anos de idade, resolveu continuar
servindo à religião como leigo e ingressou na Ordem Franciscana Secular (antiga
Ordem Terceira de São Francisco), onde fez profissão definitiva em 19 de
setembro de 1954. Como membro da Ordem Franciscana, chegou a ser Ministro
(cargo maior dessa Associação Religiosa) por vários anos. Com a sua atuação, a
Ordem tomou novo impulso quando criou também a JUFRA – Juventude Franciscana.
Recebeu do frade carmelita, Frei Anastácio, as antigas dependências da Escola
Normal “Monte Carmelo” e instalou ali o Instituto “Frei Anastácio” que, além de
funcionar como sede da Ordem Franciscana que presidia, tinha também, lá,
instalada uma escola de ensino fundamental. Incentivado pelo prelado
princesense, Dom Antônio Muniz Fernandes, resgatou a história do Padre Ibiapina
quando de sua passagem por Princesa, mandando, inclusive, erigir estátua
daquele famoso sacerdote numa praça da cidade. Amigo particular de frei Damião de
Bozzano, muito contribuiu, João Mandú, para que aquele frade capuchinho
mantivesse a prática de vir a Princesa, sempre durante as festividades
comemorativas da Padroeira da cidade, no mês de dezembro, durante doze anos
consecutivos. Criou em Princesa, nos anos 90, um grupo de Escoteiros Mirins.
Com seu apoio, seu filho Sandro Alberto fundou o Grupo de Cultura “Abolição”
ainda hoje existente e que tem contribuído muito com a cultura princesense
através do folclore representado através de danças regionais. Mandú sempre
estava à frente ou apoiando movimentos populares que incentivassem a cultura do
município. Na Igreja, funcionava como um quase padre, uma vez que, nesses
tempos de abertura da Igreja à participação de leigos nos seus ofícios, João se
apresentava como o diácono mais completo. Detentor de voz harmoniosa e poderosa
cantava os hinos durante as solenidades religiosas como ninguém. Durante muitos
anos, em Princesa, ninguém poderia imaginar a Igreja Católica sem a presença de
João Mandú. De temperamento forte, não levava desaforos para casa, porém,
quando necessário, se apresentava afável. Muito inteligente, apesar de não ter
concluído nenhum curso de formação superior, era, João Mandú, um homem
instruído e bem informado. Além de sua dedicação às coisas da religião, foi
também boêmio por herança do pai quando na juventude fazia muitas serestas. Já
quarentão adentrou no campo da política eleitoral. Candidatou-se a vereador em
1976 e em 1982. Foi eleito nesses dois pleitos, chegando a ser Presidente da
Câmara Municipal no período 1977/78. Como em todas as atividades das quais
participava, o fazia de forma total e completa e, muitas vezes promovia ou
provocava polêmicas, porém, nunca construiu inimizades que não fossem - passado
o calor do momento -, sanadas. Na política, onde militou apoiando sempre o
grupo liderado pela família Diniz, sempre manteve convivência pacífica com os
do grupo comandado pela família Pereira. Além de militante da religião, exerceu
também, João Mandú, por muito tempo, o ofício de enfermeiro leigo, trabalhando
no Hospital “São Vicente de Paulo” e funcionando como aplicador de injeções a
domicílio. Durante sua longa vida, ele demonstrou um amor incontido por
Princesa, cidade onde sempre morou, sempre promovendo e incentivando a cultura
e a educação, fazendo-se, portanto, merecedor deste reconhecimento e desta
justa homenagem. Coincidentemente, como muito religioso que foi, faleceu no
“Dia de Reis” em João Pessoa, em 06 de janeiro de 2018, sendo sepultado em
Princesa.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 08 DE JUNHO
DE 2019).
Grande João mandú Neto ..eternizado em princesa com suas ações belíssimas .
ResponderExcluirUma pessoa marcante.
ResponderExcluirDominguinhos escreva um sobre o poeta Nelsão Barbosa. Ele é um ilustre de nossa terra.
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