SEVERINO BARBOSA DE OLIVEIRA nasceu na cidade de Limoeiro no estado de Pernambuco, em 19 de abril de 1906, filho de Antônio Barbosa de Oliveira e da princesense dona Júlia Maximiano dos Santos. Casou-se com uma sua prima legítima chamada de Maria do Carmo Maximiano, mais conhecida como “Carminha” que era filha única do rico comerciante Capitão Severino. Desse casamento, nasceram três filhos: Marlene, Luiza e Armênio. Severino Barbosa mudou-se para Princesa ainda jovem e, aqui, adentrou no ramo do comércio. Inicialmente de forma tímida, com o tempo, depois de muito trabalho e igual organização, transformou-se num próspero comerciante dos ramos de padaria e mercearia. Chegou a ser homenageado pela publicação “Anuário Econômico da Paraíba” de 1934 como: “Ativo Comerciante de Princesa”. Barbosa foi também o tesoureiro do famoso e influente “Grêmio Recreativo Princesense” fundado na década de 1930. Com a morte de seu sogro e o consequente recebimento de vasta herança por sua mulher, fez multiplicar seu patrimônio. Animado pela boa condição financeira e pelo fato de ser popular junto às camadas menos favorecidas, somado ao seu jeito humilde de ser, aventurou-se na carreira política. Em 1935, foi eleito Vereador de Princesa aos 29 anos de idade. Em 1947, aos 41 anos de idade, candidatou-se ao cargo de vice-prefeito de Princesa na chapa encabeçada pelo também comerciante Sebastião Medeiros. Ambos não lograram êxito eleitoral. Mesmo diante da derrota, Severino Barbosa não desistiu e continuou militando na política princesense. Seu eleitorado era essencialmente localizado na Zona Rural do município (naquela época, 70% da população de Princesa residia nos Sítios e Distritos) e, ele, mantinha grande parte dos que o apoiavam politicamente, sempre supridos de toda assistência, inclusive, promovendo festas dispendiosas em várias comunidades rurais. Era pródigo nessas ações e, por isso, ficou tido como o político que mais ajudava às pessoas; no mais das vezes, com dispêndio financeiro, o que não era ainda uma praxe naquela época. Há quem diga que a fortuna legada pelo rico sogro foi quase toda desperdiçada no jogo político. A partir do malogro eleitoral de 1947, Severino continuou se submetendo às urnas e sempre sendo derrotado. Seu nome foi cogitado para concorrer como candidato a prefeito de Princesa em 1955, porém, teve sua pretensão vetada pelo então ex-deputado federal Alcides Carneiro. Nesse afã, somente veio a conseguir êxito eleitoral no pleito de 1968 quando foi novamente eleito vereador. Por motivo da insistente luta pelo poder, Barbosa dilapidou todo o seu patrimônio, passando de próspero dono de padaria, mercearia e de vários imóveis, a cambista (vendedor de Jogo do Bicho) na esquina de “Zé Galego”. Outros dissabores o acometeram: a morte prematura do filho Armênio, ocorrida na cidade do Recife quando era seminarista e a convivência com sua esposa que, após depressão pós-parto ficou fraca do juízo. Morreu em 1979, completamente pobre, esquecido e abandonado, deixando apenas o legado de haver sido um homem que se dedicou à política sempre a favorecer àqueles mais necessitados. Este resgate biográfico lhe faz justiça pela sua dedicação às coisas da Terra que adotou como sua e pela humildade que sempre foi uma marca registrada sua.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROIBERTO, EM 08 DE JUNHO DE 2019).
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