quarta-feira, 27 de novembro de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES





NOMINANDO MUNIZ DINIZ


SILVESTRE NOMINANDO MUNIZ DINIZ, era esse o nome de batismo do influente político princesense, também conhecido por “seu” Mano que, mais tarde, por motivos que desconhecemos, suprimiu o “Silvestre”, passando a chamar-se Nominando Muniz Diniz. Nasceu com a República, em 31 de dezembro de 1889. Filho do agricultor e também político José Antônio Muniz Diniz, mais conhecido como “Zeca Diniz” e de dona Carolina Rosa de Sena e Silva. Veio ao mundo no sítio chamado “Cabeça do Porco”, Zona Rural da então Villa de Princêza. Sua infância passou-a toda na comunidade onde nasceu. Ali, estudou as primeiras letras, juntamente com seus irmãos e irmãs, tendo sido ministrado, esse ensino, por um professor particular contratado por seu pai, Zeca Diniz que, à época já era um homem influente na Vila, pois, presidente do Conselho Municipal (equivalente à Câmara Municipal de hoje), cargo que ocupou, ininterruptamente, de 1883 a 1890. Em 1901, aos 12 anos de idade, o menino Nominando, que já era chamado pelos irmãos, de “Mano”, foi matriculado na Escola do professor Adriano Feitosa Cavalcanti, onde iniciou o curso primário sem, portanto, completá-lo. Inteligente e afeito aos números fez-se mais apto no aprendizado da matemática do que das letras. Mesmo com essa formação rudimentar, Nominando desenvolveu autodidatismo que lhe facilitou a vida como comerciante e político, pois escrevia com facilidade e encetava conversações razoáveis. Casou-se com dona Aurora Sérgio Diniz, com quem teve os filhos: Maria Aurora; José; Antônio; Fernando; Inês e Maria do Socorro.


O Homem

Logo cedo, Nominando Diniz se destacou dentre os filhos do conselheiro Zeca Diniz. Demonstrando aguçado tino comercial, adentrou na área dos negócios e passou a negociar com quase tudo. Começou com a compra de gado e, depois, com o cultivo e beneficiamento de algodão (à época o produto de maior importância no Nordeste brasileiro). Além dessas atividades, “seu” Mano passou a financiar a produção dos pequenos agricultores quando comprava o que seria produzido, ainda na “folha” (expressão que, naquele tempo significava comprar o produto ainda quando estava por ser colhido). Com isso, Nominando transformou-se num grande fomentador da produção de algodão no município de Princesa, fazendo as vezes de banco quando praticava a agiotagem travestida de financiamento. Antes de adentrar na política, essa atividade era vista com simpatia por todos, pois, o consideravam um grande incentivador da produção algodoeira, uma vez que dava a oportunidade para que os pobres tocassem suas plantações. Por conta dessa atividade financeira, mais tarde, após o rompimento político entre Nominando e o coronel Zé Pereira - o que veremos mais adiante -, passou a ser, o nosso biografado, tachado de agiota, usurário e explorador dos agricultores pobres. No exercício dessa prática financeira, o que muitas vezes beneficiava também seus adversários políticos, logo “seu” Mano se tornou um homem financeiramente próspero, o que o fez entrar também no ramo do comércio de tecidos, gasolina e estivas. Abriu uma grande loja no centro de Princesa, onde empregava alguns rapazes e faturava o suficiente para logo tornar-se um dos homens mais ricos do lugar. Se tinha a intenção de adentrar na área das atividades políticas, nunca o demonstrou. Porém, como todos os homens de bem da Vila e futura cidade de Princesa, participava das atividades sociais, religiosas e também das que envolviam a política partidária. Nessa época, a pequena Vila era comandada politicamente, de forma inconteste, pelo poderoso coronel José Pereira Lima, que tinha também o irrestrito apoio de Nominando Diniz. Se não eram íntimos de amizade, se davam bem. A relação de Nominando com Zé Pereira era, além de formal, despida de afagos ou intimidades, porque atendendo somente às conveniências impostas pelas circunstâncias do poder de mando detido pelo Coronel. Na verdade, não somente “seu” Mano, mas também alguns outros “adeptos incondicionais” de Zé pereira, tinham “uma pedra no bolso”, guardada para ser usada contra o “chefe” em qualquer eventualidade ou quando este se apresentasse vulnerável. Foi o que aconteceu – como veremos adiante -, quando Nominando Diniz foi nomeado prefeito de Princesa, em 1930. Independente de situações políticas ou sociais, “seu” Mano era tido pela maioria da população princesense como um homem íntegro, de negócios certos, cumpridor da palavra, de tratos e compromissos; qualidades essas reconhecidas até por muitos de seus adversários políticos.

A semente da discórdia

Comerciante bem sucedido, Nominando não demonstrava pendores para atividades político-eleitorais. Em 1930, por ocasião da eclosão do movimento separatista promovido pelo coronel José Pereira Lima, quando este decretou a independência do município em relação ao estado da Paraíba, o que culminou com a criação do “Território Livre” e a consequente deflagração da chamada “Guerra de Princesa”, “seu” Mano preferiu transferir-se para o vizinho município de Triunfo, no estado de Pernambuco, para lá levando também seu estabelecimento comercial. Mesmo assim, prontificou-se ao Coronel, para servir no que se fizesse necessário enquanto durasse o conflito armado. Segundo relato contido no livro escrito pelo filho do coronel José Pereira Lima, o ex-deputado Aloysio Pereira, por ocasião da visita do presidente João Pessoa a Princesa, em 18 de fevereiro de 1930, solicitado para fornecer (vender) gasolina para abastecer o veículo presidencial, Nominando recusou-se a fazê-lo alegando que “não venderia gasolina a um déspota”. Como vemos nesse momento os ânimos políticos já estavam abalados e já se anunciava o iminente rompimento do então deputado estadual Zé Pereira com o presidente João Pessoa. Há quem diga que Diniz tinha conhecimento das movimentações que se processavam em prol desse rompimento. Não fora assim, jamais “seu” Mano - aliado do Coronel -, se recusaria a atender a um pedido seu se essa recusa não fosse simpática à vontade de Zé Pereira. Em que pese essa intrínseca demonstração de solidariedade política de Nominando para com Zé Pereira, os dois já não se bicavam muito bem. A indisposição que os envolvia era fruto de um episódio ocorrido ainda em dezembro de 1926, envolvendo o pai de Nominando, Zeca Diniz, e o proprietário rural, Rozendo Cordeiro. Segundo conta o historiador, Paulo Mariano, em seu livro: “Princesa – Antes e Depois de 30”, numa briga de fim de feira, eclodiu um tiroteio, sem motivo aparente, envolvendo Antônio Muniz Diniz, que estava acompanhado de Rozendo Cordeiro Rodrigues de um lado e o destacamento policial do outro, o qual resultou em ferimentos no braço esquerdo de Rozendo Cordeiro, proprietário rural, residente no sítio ”Bom Jesus”. Por conta dessa briga, a polícia - que obedecia a ordens do Coronel -, passou a fazer visitas à fazenda “Cabeça do Porco”, de propriedade do senhor Zeca Diniz (ainda nas palavras de Paulo Mariano), convocando-o a prestar esclarecimentos a respeito da citada briga, alegando, a polícia, que Zeca Diniz fora o autor dos disparos. Isso causou grande mal-estar ao pai de Nominando que, a partir daí passou a responsabilizar o coronel José Pereira pela perseguição ao mesmo e à sua família, o que gerou insatisfações que prosperaram e fomentaram a histórica inimizade que, mesmo de forma amenizada, persiste até hoje.


O Prefeito nomeado

Com o rompimento político do coronel José Pereira Lima com o Governo da Paraíba; a proclamação do “Território Livre”; a “Guerra de Princesa”; o assassinato de João Pessoa; a eclosão da “revolução de 30”; a ocupação de Princesa pelo Exército e a fuga do coronel José Pereira para evitar ser preso, ficou Princesa acéfala politicamente. Com isso, o comando da cidade foi oferecido - pelos novos donos do poder -, ao tribuno princesense, Alcides Vieira Carneiro. Diante da recusa deste em aceitar tal incumbência, o convite foi feito, pelo chefe maior da Revolução no Norte, José Américo de Almeida, ao senhor Nominando Muniz Diniz, que de pronto aceitou. Com isso, “seu” Mano foi nomeado prefeito de Princesa através do Decreto nº 108, datado do dia 10 de outubro de 1930, com o seguinte teor:
“João Pessoa, 10 de Outubro de 1930 – O PRESIDENTE DO ESTADO resolve nomear Nominando Muniz Diniz para exercer o cargo de Prefeito do município de Princeza, servindo-lhe de título a presente portaria. – José Américo de Almeida”.
Após tomar posse na chefia da administração municipal, Nominando começou a receber visitas de alguns próceres da política local e de condestáveis da sociedade princesense. Interessante observar, que a maioria dos que lhes vieram prestar solidariedade eram os mesmos que sempre estiveram ao lado do Coronel, agora foragido. Não bastou a solidariedade da presença. Com o intuito de assegurarem suas posições políticas e seus privilégios, os noveis “amigos” resolveram encaminhar um telegrama ao interventor do Estado, José Américo, se solidarizando com a “feliz escolha” do nome de Nominando Muniz Diniz para empunhar as rédeas da política e da administração de Princesa. Eis a transcrição, na íntegra, da comunicação telegráfica:

“Exmº. Dr. José Américo, 15 de Outubro de 1930 – Abaixo assinados e familiares princesenses enviam Vossência sinceras congratulações feliz escolha Nominando Muniz Diniz, José Florentino Lima, prefeito e vice-prefeito deste município hoje empossados. Viva a Revolução! Salve o Brasil Novo pt Resps Sauds”.

Dentre os signatários desse telegrama estavam vários dos correligionários do coronel José Pereira Lima: Sebastião Medeiros; Severino Barbosa de Oliveira; Antônio Belarmino Barbosa; José Sobreira Guimarães; Edmundo Medeiros; Joaquim Maximiano dos Santos; Manoel Orestino; Manoel Maximiano dos Santos; Manoel Lopes Diniz; João Carneiro Campelo. Quase a totalidade dos acima descritos, já em 1934, desertou do apoio a Nominando voltando a somar nas fileiras pereiristas. No efetivo exercício do cargo de prefeito, Nominando passou a cumprir, à risca, as orientações dos novos comandantes do Estado da Paraíba. A ordem era punir aqueles que haviam lutado ou dado apoio ao coronel Zé Pereira durante o conflito que abalou Princesa, de fevereiro a agosto de 1930. Atendendo às determinações de José Américo e Antenor Navarro, “seu” Mano, se não determinou, anuiu quanto à ordem de prisão decretada contra vários conterrâneos, a exemplo de Joaquim Mariano; Horácio Virgulino; Joaquim Gomes; dentre outros. Porém, a prisão mais emblemática foi a da senhora Antônia Florêncio Carlos de Andrade, mais conhecida como “dona Toinha” que foi detida em Flores/PE e transportada para Princesa em cima de um caminhão, acompanhada de seus filhos pequenos. Porém, altiva como era, vestiu-se de verde (a cor dos perrepistas) numa atitude que demonstrou sua insubmissão. Esse episódio merece referência pelo fato de que, enquanto durou a guerra, Nominando Diniz residiu em Triunfo/PE e, aos sábados, vinha à feira de Princesa para tocar seu estabelecimento comercial. Nessas ocasiões, almoçava na casa de dona Toinha. Mesmo assim, estranhamente, não se sabe porque, o então prefeito furtou-se de poupar sua anfitriã de tão grande constrangimento.


O Político e as eleições

Prefeito nomeado de Princesa, Nominando governou o município de 10 de outubro de 1930 até 31 de dezembro de 1935, quando foi empossado no cargo por ele ocupado, o primeiro prefeito eleito de Princesa, Manuel Florentino de Medeiros, que ficou no poder até 10 de novembro de 1937 quando foi destituído por força do golpe político que instituiu o “Estado Novo”. Com a restauração da democracia, em 1945, foram marcadas e realizadas eleições para prefeito em 1947. Nesse pleito, Nominando Diniz concorreu ao cargo de prefeito, pela UDN – União Democrática Nacional, tendo como seu companheiro de chapa para vice-prefeito, o médico Severiano dos Santos Diniz. Teve como adversário, pelo PSD, o senhor Sebastião Medeiros candidato a prefeito acompanhado do senhor Severino Barbosa de Oliveira como candidato a vice-prefeito. Foi eleito Nominando com uma diferença de 346 votos sobre Sebastião Medeiros. Nessas eleições em que concorreu também o filho de “seu” Mano, Antônio Nominando Diniz, para deputado estadual, este, na esteira da vitória do pai, foi também eleito deputado pela primeira vez. Em 1950, mesmo adversários políticos, Nominando Diniz e o filho do coronel José Pereira (que havia falecido em 13/11/1949), Aloysio Pereira Lima, habitaram o mesmo palanque eleitoral em apoio à candidatura do então ministro José Américo de Almeida ao governo do estado da Paraíba. Esqueceram-se das divergências de 1930 e se uniram em prol de interesses eleitorais. Zé Américo foi eleito quando sufragado pela grande maioria dos eleitores princesenses. Em 1951, “seu” Mano lançou, pelo PL – Partido Libertador, a candidatura a prefeito de seu então vice-prefeito, doutor Severiano Diniz, tendo como candidato a vice, o então vereador, Benedito Florentino Lima. Aloysio Pereira, em consórcio com o então deputado federal, Alcides Carneiro, apresentou o amigo Zacharias Sitônio como candidato a prefeito e Belarmino Medeiros a vice-prefeito. Malgrado estar no comando do município, viu “seu” Mano, os seus apadrinhados serem derrotados pelos candidatos do grupo “Pereira” que imprimiram uma diferença de 348 votos sobre Severiano. Em 1954, mesmo sem estar ocupando cargo eletivo algum, Nominando reelegeu o filho, Antônio, para a Assembleia Legislativa do Estado. Nas eleições de 1955 o chefe do clã Diniz retornou ao poder através das urnas, concorrendo pelo PL, quando se sagrou novamente prefeito, tendo como vice-prefeito o filho do ex-prefeito Manuel Florentino de Medeiros, o senhor José Assis Florentino, ocasião em que derrotou - mais uma vez -, Sebastião Medeiros e seu candidato a vice-prefeito, a liderança tavarense, Tertuliano Nunes de Morais, que concorreram pelo PSD. Desta feita, a diferença de votos pró Nominando, foi de 695 sufrágios. Em 1958, mesmo no cargo de prefeito, “seu” Mano não logrou êxito no intento de reeleger mais uma vez o filho, Antônio, e viu seu adversário maior, Aloysio Pereira, ser eleito deputado estadual pela primeira vez. Nas eleições de 1959 - o pleito mais acirrado já ocorrido em Princesa -, o prefeito apoiou o nome de Antônio Maia e Manoel Severo para prefeito e vice-prefeito, respectivamente, concorrendo pelo PL. Do lado do grupo “Pereira”, o então deputado Aloysio lançou, pelo PSD, o nome do ex-prefeito Zacharias Sitônio para prefeito, acompanhado do genro do coronel Zé Pereira e então vereador, Luiz Gonzaga de Sousa, mais conhecido como Gonzaga Bento, para vice-prefeito. Dessa eleição, a mais dura da história eleitoral do município e que levantou sérias suspeitas de fraude eleitoral, saiu vitorioso Antônio Maia. Porém, para vice-prefeito (nesse tempo, a votação para a escolha de prefeito e vice era feita em chapas separadas) venceu o candidato do PSD, Gonzaga Bento o que, somado ao fato de que mesmo derrotado, o grupo “Pereira” elegeu a maioria dos Vereadores (5X4), corroborou as suspeitas de fraude eleitoral, uma vez que a diferença de sufrágios entre Antônio Maia e Zacharias Sitônio, foi de apenas 13 votos. Em 1962, nas eleições para deputado estadual, pela primeira vez, foram eleitos tanto Antônio Nominando como Aloysio Pereira e passaram ambos, a habitar o mesmo teto da Assembleia Legislativa da Paraíba. 1963 foi o ano em que, talvez, tenha acontecido a eleição mais emblemática já havida em Princesa. Logo no início do ano, o grupo “Diniz” apresentou a candidatura do ex-prefeito e chefe do clã, o imbatível Nominando Diniz para concorrer mais uma vez à prefeitura municipal. Aloysio Pereira, ciente de que dificilmente encontraria um candidato à altura para combater o velho Mano, sugeriu uma “pacificação” e apresentou o nome de um sobrinho do velho Nominando, José Florentino Duarte, para disputar como candidato único, reservando-se o direito apenas de indicar o candidato a vice-prefeito. Do alto de sua convicção de invencibilidade - apesar das ponderações do filho Antônio -, “seu” Mano recusou a proposta de Aloysio e manteve sua candidatura a prefeito. Diante da recusa de Nominando em aceitar o acordo, Aloysio partiu em busca de um candidato competitivo. Como ninguém se apresentou disposto a ir para o sacrifício eleitoral, Pereira convocou o cunhado, que havia sido eleito prefeito do recém-emancipado município de Tavares, Gonzaga Bento, que não se fez de rogado. Renunciou à prefeitura daquela cidade e veio concorrer ao cargo de prefeito de Princesa, pelo PSD, tendo como candidato a vice, o ex-prefeito Zacharias Sitônio. Ninguém acreditava numa derrota do velho cacique Diniz. Porém, como eleição só se ganha quando são abertas as urnas, não deu outra, após uma campanha eleitoral acirradíssima, Gonzaga bateu o velho nas urnas por uma diferença de 293 votos. Foi esta a primeira derrota eleitoral de “seu” Mano. Foi algo inacreditável. Ninguém naquela campanha nominandista trabalhava com a hipótese da derrota. Até o principal hino de campanha, composto pela esposa do então candidato a vice-prefeito, dona Zelita Diniz, denotava total otimismo quanto à vitória certa. Cantava assim:

O QUE ELE FAZ TODO DIA É BEM PENSADO;
É CALCULADO, BEM DIREITO E NA MEDIDA;
CAPRICHA MUITO QUANDO ESTÁ NOS GOVERNANDO;
É NOMINANDO DOMINANDO TODA VIDA.

FAZENDO ESTRADAS, HOSPITAL, ESCOLA E AÇUDE;
NÃO EXISTE NADA EM PRINCESA QUE NÃO CUIDE;
O POVO QUER QUE ELE SEJA O PREFEITO;
E GRITA ALEGRE E SATISFEITO;

Ô VÉI MACHO, Ô VÉI MACHO;
CABRA DANADO, NUNCA PASSA EMBAIXO;
Ô VÉI MACHO, Ô VÉI MACHO! (bis).

Após essa inesperada derrota, o velho declarou que abandonaria as disputas eleitorais. Não cumpriu a palavra. Em 1966, já contando 77 anos de idade, resolveu candidatar-se a deputado estadual. Pensando em dar a si próprio um prêmio de consolação pela derrota sofrida em 1963, submeteu-se às urnas e delas extraiu uma 4ª Suplência quando foi sufragado por 3.846 eleitores em todo o Estado. Amigo do então governador João Agripino, este, grato pelo desmedido esforço dispendido por Nominando no pleito do ano anterior, em que se sagrou governador do Estado, Agripino convocou alguns deputados para assumirem secretarias, o que possibilitou a “seu” Mano a assunção ao cargo de deputado estadual. Exerceu essa função por mais de dois anos, deixando a Assembleia Legislativa com mais de 80 anos de idade. Teve assim coroada de êxitos - salvo pelo tropeço eleitoral de 1963 -, sua longa e bem sucedida carreira política.


O fim

Em 27 de novembro de 1974 - fazendo hoje exatamente 45 anos -, faleceu Nominando Muniz Diniz, aos quase 85 anos de idade. Esse grande político princesense que comandou os destinos desta terra, quando ocupou por três vezes a cadeira de prefeito, ao falecer, deixou um legado de muitas obras e realizações administrativas além do exemplo de chefe de família e de homem público dotado de probidade administrativa e compromisso com a municipalidade. O espólio político de “seu” Mano passou a ser administrado pelos filhos Antônio Nominando e Maria Aurora. O primeiro como delegado a exercer cargos públicos e promover articulações políticas e gestões outras na capital do Estado em prol de Princesa e Maria Aurora como mantenedora da lide política no município. Por tudo que representou, tanto na política como nas demais atividades de que participou em sua Terra, está, Nominando Muniz Diniz, “seu” Mano, a merecer figurar, com destaque, na galeria dos filhos ilustres de Princesa.

(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 27 de novembro de 2019).

Um comentário:

  1. Seu Mano também plantou sua semente no Sítio Lage, através de Dona Chica e dos meninos Lurdes, Vamildo, Chagas, José e Miguel, frutos do amor dos dois.

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