quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

A ESCOLA NORMAL “MONTE CARMELO”





O coronel José Pereira Lima retornou de seu exílio para Princesa em 1936. Interessado na retomada do desenvolvimento de sua terra, principalmente no campo da educação, teve a ideia de instalar aqui uma Escola para a formação de professores. Numa de suas estadas na capital pernambucana, Zé Pereira, em confabulação com seu compadre e amigo, o industrial João Pessoa de Queiroz de quem sabia ser muito amigo e benfeitor dos frades da Ordem Carmelita sediada naquela cidade do Recife, sugeriu ao amigo que se entendesse com o provincial daquela ordem religiosa, frei José Maria Casanova Magret, para verificar a possibilidade da fundação de um educandário misto, em Princesa, sob a administração dos frades carmelitas. Assim fez o industrial e, para surpresa do Coronel, em pouco tempo o provincial mandou o frade frei Manoel Carneiro Leão a Princesa para verificar a viabilidade daquele projeto educacional. Aprovada a demanda, logo vieram para Princesa alguns frades com a incumbência de instalar a escola.

A instalação

Diante da dificuldade de encontrar um prédio que abrigasse o novo educandário, o coronel José Pereira, que residia em Serra Talhada, disponibilizou sua própria casa (a título de empréstimo, que depois foi comprada pela Ordem Carmelita), para o funcionamento da escola. Ali foi instalada a Escola “Monte Carmelo” para rapazes que, lamentavelmente, por falta de professores, logo veio a ser fechada. O estabelecimento educacional para moças somente foi instalado dois anos depois. Para tanto, foi construído um prédio apropriado para o funcionamento da Escola Normal “Monte Carmelo” para moças. O prédio, adquirido do senhor Nominando Muniz Diniz, sito à Rua São Roque, foi reformado (foto) e ali acomodada a escola. Transcrito do livro do escritor princesense, Paulo Mariano: “Princesa – Antes e Depois de 30 – Ideia – 2013,  João Pessoa/PB – p.p. 89:

“(...) facilitar a educação das moças nestes altos sertões, que não dispõem de recursos para se educarem nas grandes cidades onde se encontram os educandários oficiais, e no dia 25 de março de 1938, no altar-mor da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife, vestiram o hábito as primeiras moças que, por sua vez, receberam a obediência de seguir logo à Princesa, com a incumbência de abrir um colégio de meninas. No dia 27 de março de 1938 chegaram em companhia de um postulante, chamado Frei Henrique Rattis, muito preparado e culto, para abrir o colégio do sexo masculino. Ambos os colégios receberam o nome de “Monte Carmelo”. O masculino funcionava na Rua Cel. Marcolino Pereira, nº 138, e o feminino na Rua São Roque, nº 10. Depois, já denominado Escola Normal “Monte Carmelo” (escola de preparação de professores), foi equiparada ao Estado, por Decreto-Lei nº 90 de 17 de setembro de 1940.” (Dados que constam do Arquivo da Província em Recife-PE.

Já em 1942. A Escola Normal “Monte Carmelo” promoveu a formatura da primeira turma de alunos e alunas. Foram esses os primeiros professores e professoras formados em Princesa. Desde sua fundação até o final da década de 1940, a escola contou com os seguintes professores: Frei Manoel Carneiro Leão; Frei Carmelo do Sant’Alberto; Dr. José Pereira Cardoso; Dr. Édson Frazão; Dr. Francisco de Lima Pacheco; Dr. Antônio Nunes Farias; Dr. Cláudio Machado; Dr. Francisco Espínola e outros educadores. Lamentavelmente, em 1975, a Escola Normal “Monte Carmelo” - que já havia sido transferida para um novo prédio sito à Praça “José Nominando Diniz” - foi fechada e, no seu lugar foi instalada a Escola “Ministro Alcides Vieira Carneiro”. No prédio onde funcionou a antiga escola, funciona hoje o Instituto “Frei Anastácio”.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 26 DE DEZEMBRO DE 2019.

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