O coronel José Pereira Lima retornou de seu exílio para
Princesa em 1936. Interessado na retomada do desenvolvimento de sua terra,
principalmente no campo da educação, teve a ideia de instalar aqui uma Escola
para a formação de professores. Numa de suas estadas na capital pernambucana,
Zé Pereira, em confabulação com seu compadre e amigo, o industrial João Pessoa
de Queiroz de quem sabia ser muito amigo e benfeitor dos frades da Ordem
Carmelita sediada naquela cidade do Recife, sugeriu ao amigo que se entendesse
com o provincial daquela ordem religiosa, frei José Maria Casanova Magret, para
verificar a possibilidade da fundação de um educandário misto, em Princesa, sob
a administração dos frades carmelitas. Assim fez o industrial e, para surpresa
do Coronel, em pouco tempo o provincial mandou o frade frei Manoel Carneiro
Leão a Princesa para verificar a viabilidade daquele projeto educacional. Aprovada
a demanda, logo vieram para Princesa alguns frades com a incumbência de
instalar a escola.
A instalação
Diante da dificuldade de encontrar um prédio que abrigasse o
novo educandário, o coronel José Pereira, que residia em Serra Talhada,
disponibilizou sua própria casa (a título de empréstimo, que depois foi
comprada pela Ordem Carmelita), para o funcionamento da escola. Ali foi
instalada a Escola “Monte Carmelo” para rapazes que, lamentavelmente, por falta
de professores, logo veio a ser fechada. O estabelecimento educacional para
moças somente foi instalado dois anos depois. Para tanto, foi construído um
prédio apropriado para o funcionamento da Escola Normal “Monte Carmelo” para
moças. O prédio, adquirido do senhor Nominando Muniz Diniz, sito à Rua São
Roque, foi reformado (foto) e ali acomodada a escola. Transcrito do livro do
escritor princesense, Paulo Mariano: “Princesa – Antes e Depois de 30 – Ideia –
2013, João Pessoa/PB – p.p. 89:
“(...) facilitar a educação das moças
nestes altos sertões, que não dispõem de recursos para se educarem nas grandes
cidades onde se encontram os educandários oficiais, e no dia 25 de março de
1938, no altar-mor da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife,
vestiram o hábito as primeiras moças que, por sua vez, receberam a obediência
de seguir logo à Princesa, com a incumbência de abrir um colégio de meninas. No
dia 27 de março de 1938 chegaram em companhia de um postulante, chamado Frei
Henrique Rattis, muito preparado e culto, para abrir o colégio do sexo
masculino. Ambos os colégios receberam o nome de “Monte Carmelo”. O masculino
funcionava na Rua Cel. Marcolino Pereira, nº 138, e o feminino na Rua São
Roque, nº 10. Depois, já denominado Escola Normal “Monte Carmelo” (escola de
preparação de professores), foi equiparada ao Estado, por Decreto-Lei nº 90 de
17 de setembro de 1940.” (Dados que constam do Arquivo da Província em Recife-PE.
Já em 1942. A Escola Normal “Monte Carmelo” promoveu a
formatura da primeira turma de alunos e alunas. Foram esses os primeiros
professores e professoras formados em Princesa. Desde sua fundação até o final
da década de 1940, a escola contou com os seguintes professores: Frei Manoel Carneiro
Leão; Frei Carmelo do Sant’Alberto; Dr. José Pereira Cardoso; Dr. Édson Frazão;
Dr. Francisco de Lima Pacheco; Dr. Antônio Nunes Farias; Dr. Cláudio Machado;
Dr. Francisco Espínola e outros educadores. Lamentavelmente, em 1975, a Escola
Normal “Monte Carmelo” - que já havia sido transferida para um novo prédio sito
à Praça “José Nominando Diniz” - foi fechada e, no seu lugar foi instalada a
Escola “Ministro Alcides Vieira Carneiro”. No prédio onde funcionou a antiga
escola, funciona hoje o Instituto “Frei Anastácio”.
ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 26 DE DEZEMBRO DE 2019.
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