sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

COMPRAR O POVO COM SEU PRÓPRIO DINHEIRO





Financiamento de campanha eleitoral com dinheiro público é um bicho criado pelos deputados e senadores - abençoado pelo STF -, para alimentar as burras dos partidos políticos nesse tempo em que se proíbe o financiamento de campanhas eleitorais com dinheiro oriundo de contribuições de pessoas físicas e de empresas privadas. Depois dos escândalos do “Mensalão” e do “Petrolão”, que promoveram o chamado “caixa-dois”, que repassava dinheiro não justificado (da Petrobras e das grandes construtoras), aos grandes partidos políticos para viabilizar a eleição de parlamentares subservientes aos interesses do governo de plantão, os políticos resolveram institucionalizar o financiamento das campanhas eleitorais com o dinheiro do povo. Pura hipocrisia, pois, todos sabem que mesmo com a proibição das contribuições particulares e empresariais, os políticos continuam recebendo dinheiro de quem tem e gastando com quem não tem para conseguirem se eleger. Ademais, é sabido também que grande parte dos dinheiros usados nas campanhas eleitorais não é computada nas prestações de contas oficiais.  

Dois bilhões de reais!

Para financiar os candidatos que concorrerão às eleições do próximo ano (2020), o Congresso Nacional vai liberar R$=2.000.000.000,00. Isso mesmo: dois bilhões de reais! Esse dinheiro vai para os partidos políticos e não chega nunca nas mãos dos pobres coitados candidatos a prefeito e vereadores da maioria das pequenas cidades do país. Serve, principalmente, para enriquecer ilicitamente os chefes de partidos encastelados em Brasília. E tem mais, o chamado “financiamento público de campanha” é destinado, principalmente, para reeleger aqueles que já estão no poder. Os novéis, que se virem. Não fora isso, mesmo assim a coisa tá troncha, pois, o dinheiro do povo, que chega às mãos dos candidatos interessantes aos grandes partidos, é usado para comprar o voto do próprio povo. Ou seja: compram o povo com seu próprio dinheiro.

Fim da hipocrisia

Melhor seria que fizessem como nos Estados Unidos, onde os candidatos podem gastar tanto quanto quiserem, sem hipocrisia. Dessa forma, ficaria institucionalizado o que é uma realidade, se pouparia uma verdadeira fortuna (que poderia ser canalizada para investimento na saúde, por exemplo) e os candidatos ficariam no conforto de não estarem cometendo irregularidades. Mas, não. Os políticos preferem como está agora: recebem dinheiro público para comprar voto e compram também com o seu próprio e com o que recebem por debaixo do pano. Enquanto isso, os desvalidos “candidatinhos” dos grotões, nem recebem do bolo público, tampouco podem receber a ajuda financeira de amigos e o povo, sem querer, financia as campanhas daqueles a quem não quer eleger. É desse jeito e pronto.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 20 de dezembro de 2019).

Um comentário:

  1. Como já diziam os sábios, quem tem besta não compra cavalo. E viva a malandragem.

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