Ontem, fiz um pronunciamento através das redes sociais sobre
denúncia que encaminhei ao Ministério Público Estadual, dando conta de situação
grave que assola o setor educacional do município de Princesa. O assunto se refere
à falta de compromisso da atual administração com o bom andamento da educação
das nossas crianças e jovens. Denunciei a existência de vários alunos da Rede
Pública de Ensino Municipal que, mesmo estando cursando a 5ª ou 6ª séries, em
alguns casos tratando-se de adolescentes de até 16 anos de idade, não sabem ler
nem escrever. Somente esta informação seria bastante para estarrecer a todos. O
mais grave é que esses alunos, mesmo sem o mínimo preparo, vêm passando de ano
quando são aprovados atendendo a uma determinação superior, segundo uma fonte
fidedigna me informou, por orientação do senhor prefeito municipal, com o
intuito de diminuir os números referentes às reprovações e à consequente evasão
escolar, o que poderia prejudicar seu intento de apresentar elevados números
referentes ao índice do IDEB.
Da denúncia
Conforme denúncia que apresentei ao Ministério Público
(Promotoria de Justiça) encaminhei apenso o nome de um avô (que é tutor de um
adolescente) residente no Bairro “Maia” que me autorizou informar que seu neto
é aluno da Escola Municipal “Carlos Alberto”, está cursando a 5ª série, tem 16
anos de idade e não sabe ler nem escrever. Sugeri ainda à senhora Promotora de
Justiça que mandasse fazer testes com os alunos daquela instituição de ensino
para obter comprovação do que denunciei, pois, esse não é um caso isolado.
Existem outras crianças e adolescentes que estão na mesma situação, mas, os
pais não me autorizaram a divulgar seus nomes por medo de retaliação. Eu jamais
faria uma denúncia dessa natureza se não tivesse em mãos subsídios que a
confirmassem. Essa situação é uma realidade e extrapola o mínimo senso de
responsabilidade e respeito por aqueles que, em sua condição de pobres, não têm
outra opção senão submeter-se à vontade maquiladora de um prefeito ávido em
apresentar resultados “positivos” fabricados em detrimento do direito dos
outros.
Mal-estar
O meu pronunciamento e a denúncia causaram muito mal-estar no
seio da cúpula da administração municipal quando os superiores determinaram que
alguns professores acorressem a este Blog e digitassem comentários (alguns eivados
de erros gráficos e de concordância) me atacando numa tentativa de desmerecer
ou tornar inverídica a premente denúncia. Ora, quem me conhece sabe que jamais
faria uma denúncia se não tivesse a certeza do que digo. E mais, a intenção não
é a de atacar o gestor, mas, de salvaguardar o direito legítimo das crianças e
dos adolescentes de terem uma educação de qualidade, principalmente neste caso,
quando os mesmos estão privados de sequer aprender a ler. Em momento algum quis
desmerecer a competência do corpo docente, uma vez conhecer a qualidade dos
nossos professores.
Determinação superior
Sei que a ocorrência dessa situação atende a determinações
superiores com a intenção de fabricar estatísticas e, os que defendem esse
estado de coisas, o fazem para preservarem seu status quo adquirido por conta de duras bajulações. Eu os conheço a
todos. Já os chefiei também e sei como agem alguns. Esses poucos, da mesma
forma que hoje defendem o indefensável, que bajulam seus superiores para
adquirirem benesses ou se manterem nos cargos, quiseram fazer assim comigo
também. Só que eu não aceitei esse escambo, pois, primei sempre pela
competência quando da nomeação dos meus auxiliares. Tenho absoluta certeza de
que a grande maioria dos professores da Rede Municipal, os que ficaram calados,
o fez porque não concorda com esse estado de coisas e, os pouco mais de dez que
me atacaram, assim agiram para agradar ao plantonista e assim agirão sempre,
até o dia da aposentadoria. A verdade incomoda aos mentirosos e o tempo que
urge é o mesmo que será o senhor da razão.
ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 22 DE JANEIRO DE 2020.
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