quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

O DEFENESTRAMENTO DE JOÃO




Para aqueles que militam na atividade política, uma reflexão: “Quão efêmera é a glória!”. Refiro-me à situação por que passam os poderosos da Paraíba após a deflagração da “Operação Calvário”, que investiga denúncias de corrupção no âmbito do poder do Governo do nosso Estado. Primeiro, o então governador Ricardo Coutinho deixou de se candidatar a senador (porque não confiava em sua vice-governadora, Lígia Feliciano) para garantir a eleição de seu apaniguado João Azevedo. Eleita a criatura com mais de 600.000 votos de maioria, o criador impôs-lhe condições que, não atendidas, geraramdissenções no seio partidário, o que culminou com a intervenção no Diretório Regional do PSB, provocando afastamento do criador em relação à criatura. Gerou-se a briga (que muitos dizem ser de “araque” quando inventadasomente para atender à necessária preservação do poder,conjunta e espuriamente conquistado) entre o governador e ex. Enquanto farpas eram lançadas de lado a lado, o Gaeco gestava a deflagração da Operação “Juízo Final” que decretou a prisão de Ricardo Coutinho e de alguns dos seus auxiliares mais chegados; buscas e apreensões em residências bacanas e em repartições públicas; afastamentos de figurões; dentre outras ações da Polícia Federal. 

Depois da paixão e morte de alguns, a ressurreição

Dependurados, quase todos, no cabide da Justiça, estão agora botando João na roda também, o que faz surgir avice-governadora, Lígia Feliciano que, se antes era considerada problema para a eleição de Azevedo, aparece agora como a bola da vez. Campina Grande virou o centro das atenções políticas do Estado. Senão, vejamos: caso o governador seja afastado, cassado, impedido pela Justiça ou preso, assume Lígia. Se novas eleições forem determinadas, o ex-governador Cássio Cunha Lima pode ser o candidato e, com isso, figurões que mandavam até agora viram presidiários. Estorvos que eram tidos como empecilhos se transformam em solução confiável e mortos ressuscitam das cinzas para a ribalta novamente. É assim que a banda toca. É assim a política, principalmente quando praticada por meios escusos que, se no mais das vezes dá certo, quando desanda, vira castelo de cartas. Apenas um lembrete: Para os que caem, as considerações são pouquíssimas ou quase nenhuma. Observemos que, os mesmos sinos que badalam o réquiem de João anunciam a “Aleluia” de quem poderia embaraçar ou o renascimento da fênix.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 15 DE JANEIRO DE 2020.

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