segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA





TORÓ, JOÃO MANDÚ E AS APURAÇÕES


As eleições de 1968, para a escolha de prefeito em Princesa foram muito acirradas. Concorreram três candidatos: Antônio Nominando Diniz, pela ARENA e Miguel Rodrigues e Joaquim Mariano, pelo MDB-1 e MDB-2, respectivamente. Nas apurações, estrategicamente, Antônio Nominando que, além de candidato era um dos chefes da ala nominandista, preventivamente, decidiu impetrar impugnação de duas urnas onde desconfiava que tivesse minoria de votos. Pediu ao senhor Marçal Lima Neto – um dos próceres do partido arenista, concessionário do Cartório do 2º Ofício e amigo leal da família Diniz -, para dar-lhe cobertura e assistência nesse intento. Atendendo a essa solicitação, Marçal pediu o apoio dos amigos, pois, naquele momento, no Fórum, onde se realizavam as apurações, estavam todos os membros das cúpulas dos dois partidos políticos. Pelo lado do grupo “Pereira” estava, além dos dois candidatos - Joaquim e Miguel -, também Aloysio Pereira, Gonzaga Bento e os irmãos deste: Pedro, Paulo e Rafael. Como era de costume naquela época, quase todos ali estavam armados de revólveres. Ânimos exaltados pela renhida campanha, ficaram todos de prontidão enquanto doutor Antônio propunha a impugnação da urna. Antes de dirigir-se ao Juiz Eleitoral, doutor Moacir Medeiros, o candidato da ARENA, aparentando destemor disse: “Protejam a retaguarda que a frente eu garanto”.

Solidariedade

 O velho Toró (àquela época ainda moço), aliado de Nominando e, no afã de demonstrar solidariedade e fidelidade partidária, saltou de lá e, apontando para um galego alto e robusto que estava perto do Juiz, disse: “Se mexerem com doutor Antônio, o primeiro que eu pego é aquele irmão de Gonzaga Bento”.  Escutando essa ameaça, Marçal Lima, que estava ao seu lado e vendo prá quem Toró apontava, retorquiu: “Tu és doido, Toró! Aquele é João Mandú e é do nosso lado”. O desavisado Toró havia vindo a poucos meses do sítio “Jacu” para morar em Princesa - e, portanto, conhecedor de pouca gente -, quase bota o xerém a perder. Não fora o tabelião, em havendo briga Toró teria se engalfinhado com o sacristão e, certamente, dada a juventude e o vigor físico do que seria agredido, teria Toró, levado a pior.


(EXTRAÍDO DO LIVRO “PRINCESA, HISTÓRIA E VOTO” E ESCRITO EM 03 DE FEVEREIRO DE 2020)

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