JOÃO JÁ ERA?

Ontem, a Assembleia Legislativa da Paraíba votou uma “Moção de Repúdio” ao deputado federal paraibano, Damião Feliciano que é também esposo da vice-governadora do Estado. A votação dessa propositura, que veio da lavra do deputado estadual Wallber Virgolino e teve aprovação quase unânime: 35 X 1. A apresentação, votação e aprovação dessa Moção tiveram como motivo o pronunciamento do deputado Damião Feliciano, acusando o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, de haver acatado o pedido de impeachment, encaminhado por Virgulino, contra o governador João Azevedo Filho e, mais especificamente à sua esposa Lígia. Segundo Damião, o impedimento de sua esposa, neste momento seria um golpe, uma vez acreditar que, num eventual processo de afastamento do atual governador, a cadeira deverá ser ocupada pela vice-governadora que, segundo o marido, não tem nada a ver com as denúncias de corrupção que grassam após as denúncias da “Operação Calvário”.

Esvaziamento de João Azevedo

Diante de tudo isso, só temos certeza de uma coisa: o governador João Azevedo está sem terra nos pés. Essa Moção de Repúdio, aprovada por 99% dos deputados com assento na “Casa de Epitácio Pessoa”, demonstra o esvaziamento de poder que ronda o governador João. O fato estranho é que o pedido de impeachment foi feito contra o governador extensivo à vice-governadora. Mais estranho ainda é que os deputados da base governista repudiaram a fala de Damião Feliciano que repudia o pedido de cassação como que, além de admitirem o impeachment de João, admitem e abençoam a assunção de Galdino ao cargo de governador. Isso nos deixa a todos com a mosca atrás da orelha, pois, se assim é, João está balançando. Se diferente fosse, a Moção de repúdio deveria ser oferecida contra Wallber Virgolino, o deputado que solicitou o impedimento do governador. Desconfio que, em face desse clima, Azevedo ao invés de pular o Carnaval, vai tomar é cinza na testa.

(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 12 DE FEVEREIRO DE 2020).