O Brasil vive uma situação nunca vista. Além da Pandemia do
Coronavírus uma crise política é deflagrada pelo próprio presidente. São fatos
inusitados. Nunca tivemos um presidente da República nesses moldes que vemos
agora. Rememorando à história, estamos quase a admitir que é esse o segundo
presidente maluco que compõe a nossa galeria de honra. Há mais de 100 anos, em
1918, com a morte do presidente-eleito, Rodrigues Alves, vitimado pela “Gripe
Espanhola”, assumiu o governo o vice-presidente, Delfim Moreira. Em pouco tempo
descobriu-se que o homem era completamente doido. Fardava-se de general para
receber os diplomatas, se escondia por detrás das cortinas do palácio do
Catete, prestava continência aos serviçais, dentre outras maluquices. Tinha uma
vantagem. Mantinha-se sempre de boca calada. Raríssimas vezes se conseguia
arrancar uma palavra sequer, da boca do presidente Delfim. Preferia se
comunicar por gestos. O nosso, não é Delfim, mas, é o fim. Não há nenhum
exagero, tampouco policiamento por conta da adversariedade política, quando
criticamos Jair Bolsonaro pelo comportamento que adota à revelia de todas as
regras que devem conduzir alguém investido da liderança que ele detém.
Panelas em uso
Nesse tempo de Pandemia de Coronavírus, o “mito” está se
excedendo. Fala tanta bobagem e se comporta tão adversamente à “liturgia” do
cargo, que seu governo aprendeu a andar sozinho. Fala e não governa; manda e
ninguém obedece; o que diz é ignorado e por muitos, ridicularizado. Parece até
que sua equipe principal deixa mesmo que ele se espalhe à vontade, pois,
enquanto isso, suas “muletas” governam. Embevecido com o poder que jamais
sonhara ter, agarra-se ao osso já pensando em continuá-lo roendo a partir de
2022, uma vez adotar posturas populistas por demais irresponsáveis, visando tão
somente beneficiar alguns segmentos que acredita lhes serem simpáticos. Com
Delfim foi diferente, uma vez que a Constituição, em caso de vacância, previa
nova eleição. Com Bolsonaro o caso se apresenta mais grave, pois, sem
alternativa, com uma oposição omissa e incapaz de orientar as massas,
terminaremos tendo de aturar o osso maluco por mais quatro anos. Num universo
de 513 deputados federais, apenas três se manifestam claramente contrários ao
presidente insano: Paulo Pimenta (PT), Jandira Feghali (PCdoB) e Alexandre
Frota (PSDB). Os demais passam ao largo. Na verdade, a oposição à incompetência
de Bolsonaro, vem sendo exercida hoje de forma direta, pelo próprio povo, pois,
a cada pronunciamento desvairado do “mito”, o povo reage, no país inteiro, com
panelaços. Antes fosse igual ao Delfim. Cala a boca, Bolsonaro! Deixa os
ministros trabalharem!
(ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 02 DE ABRIL DE 2020).
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