quinta-feira, 2 de abril de 2020

A CADA PRONUNCIAMENTO, UM PANELAÇO!




O Brasil vive uma situação nunca vista. Além da Pandemia do Coronavírus uma crise política é deflagrada pelo próprio presidente. São fatos inusitados. Nunca tivemos um presidente da República nesses moldes que vemos agora. Rememorando à história, estamos quase a admitir que é esse o segundo presidente maluco que compõe a nossa galeria de honra. Há mais de 100 anos, em 1918, com a morte do presidente-eleito, Rodrigues Alves, vitimado pela “Gripe Espanhola”, assumiu o governo o vice-presidente, Delfim Moreira. Em pouco tempo descobriu-se que o homem era completamente doido. Fardava-se de general para receber os diplomatas, se escondia por detrás das cortinas do palácio do Catete, prestava continência aos serviçais, dentre outras maluquices. Tinha uma vantagem. Mantinha-se sempre de boca calada. Raríssimas vezes se conseguia arrancar uma palavra sequer, da boca do presidente Delfim. Preferia se comunicar por gestos. O nosso, não é Delfim, mas, é o fim. Não há nenhum exagero, tampouco policiamento por conta da adversariedade política, quando criticamos Jair Bolsonaro pelo comportamento que adota à revelia de todas as regras que devem conduzir alguém investido da liderança que ele detém.

Panelas em uso

Nesse tempo de Pandemia de Coronavírus, o “mito” está se excedendo. Fala tanta bobagem e se comporta tão adversamente à “liturgia” do cargo, que seu governo aprendeu a andar sozinho. Fala e não governa; manda e ninguém obedece; o que diz é ignorado e por muitos, ridicularizado. Parece até que sua equipe principal deixa mesmo que ele se espalhe à vontade, pois, enquanto isso, suas “muletas” governam. Embevecido com o poder que jamais sonhara ter, agarra-se ao osso já pensando em continuá-lo roendo a partir de 2022, uma vez adotar posturas populistas por demais irresponsáveis, visando tão somente beneficiar alguns segmentos que acredita lhes serem simpáticos. Com Delfim foi diferente, uma vez que a Constituição, em caso de vacância, previa nova eleição. Com Bolsonaro o caso se apresenta mais grave, pois, sem alternativa, com uma oposição omissa e incapaz de orientar as massas, terminaremos tendo de aturar o osso maluco por mais quatro anos. Num universo de 513 deputados federais, apenas três se manifestam claramente contrários ao presidente insano: Paulo Pimenta (PT), Jandira Feghali (PCdoB) e Alexandre Frota (PSDB). Os demais passam ao largo. Na verdade, a oposição à incompetência de Bolsonaro, vem sendo exercida hoje de forma direta, pelo próprio povo, pois, a cada pronunciamento desvairado do “mito”, o povo reage, no país inteiro, com panelaços. Antes fosse igual ao Delfim. Cala a boca, Bolsonaro! Deixa os ministros trabalharem!


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 02 DE ABRIL DE 2020).

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