sexta-feira, 17 de abril de 2020

HOMENAGEM AO PRIMEIRO DIRETOR DO GRUPO ESCOLAR “GAMA E MELO”



Severino Lopes Loureiro nasceu em Piancó/PB, em 19 de dezembro de 1901. Formou-se professor na capital do Estado onde começou a lecionar no Colégio “Pio X”. Em 1924, transferiu-se para Cajazeiras/PB onde ensinou no Colégio “Padre Rolim” e na Escola Normal daquela cidade paraibana. Em 1925 foi nomeado diretor do Colégio onde lecionava. Casado com a cajazeirense Alcide Dantas Cartaxo, em 1927 transferiu-se para Princesa, onde fundou o externato “São Luiz Gonzaga”, que funcionou até 1928. Em 03 de maio desse ano, Severino Loureiro e sua esposa Alcide, foram nomeados pelo então presidente do estado da Paraíba, João Suassuna - atendendo solicitação do coronel José Pereira Lima -, como professores efetivos do Grupo Escolar “Gama e Melo”. Nessa mesma data, o professor Loureiro assumiu a direção daquele estabelecimento como seu primeiro diretor. Permaneceu nessa função até março de 1930, quando foi demitido pelo presidente João Pessoa. Mesmo assim, continuou em Princesa e à frente da direção do referido Educandário, tendo seu salário e o da esposa, pagos pelo coronel José Pereira. Por conta dessa desobediência, o professor tornou-se desafeto do presidente Pessoa e, com o fim da Guerra de Princesa, foi punido com prisão domiciliar pelos novos comandantes do poder na Paraíba. 

Amizade que custou caro

Amigo do coronel deu o seguinte depoimento por ocasião das comemorações do Centenário do nascimento de José Pereira: “Tinha o Coronel José Pereira verdadeira predileção pelos humildes. Assim, a generosidade era o traço marcante da sua personalidade. O progresso de Princesa era sua primeira preocupação. (...) O zelo demonstrado por todas as coisas que dissessem respeito à educação, à grandeza do seu caráter, e ao interesse do bem público, levaram-me a permanecer ao seu lado quando deflagrou a crise de 1930. Era líder que conduzia com firmeza as multidões. Estive em Princesa até o dia 10 de outubro de 1930.”. De acordo com depoimento do escritor princesense, Otávio Sitônio Pinto, em seu livro: “Dom Sertão, Dona Seca”, temos o seguinte: “Loureiro recebeu ordens do governo para deixar o posto e a cidade (assim como todos os outros funcionários do Estado), poucos dias antes de João Pessoa destacar força policial com destino a Princesa, nas vésperas das eleições; mas Loureiro decidiu ficar no “Território Livre”, onde ministrou aulas durante todo o período da luta, com o Grupo Escolar ‘Gama e Melo’ funcionando normalmente, a expensas do governo revolucionário. Por conta de sua desobediência a João Pessoa, o professor Loureiro teve sua execução decretada pelo chefe de polícia da Paraíba, José Américo de Almeida, após o sucesso do golpe, segundo me contou o professor. Para escapar de ser morto, Loureiro homiziou-se na cada de minha mãe, em Jericó (atual Igarassu), município de Triunfo/PE.. O professor Severino Loureiro faleceu em Campina Grande/PB, em 25 de outubro de 1984. Em sua homenagem, existe uma rua em Princesa que leva seu nome.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 16 DE ABRIL DE 2020).

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