Na manifestação ocorrida ontem, em frente ao Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro, comedidamente, pediu aos manifestantes para retirarem as faixas que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. O que antes o presidente estimulava, agora, pede para frear. O problema é que o “mito” está vendo o cerco se fechando, seu isolamento político crescendo e ao se aproximar do grupo parlamentar chamado “centrão”, não pode mais permitir que sua torcida organizada se manifeste contra os seus novos aliados. Bolsonaro guardou na gaveta o discurso moralizante e anticorrupção, adotou a prática do toma-lá-dá-cá e já arrasta a asa para aqueles deputados que adoram cargos. Abriu o balcão de negócios e já está distribuindo os cargos federais de acordo com os apoios que possa ter. Seus aliados de primeira linha - que mais parecem devotos-, aqueles que acreditavam que estavam votando num político diferente dos que detiveram o poder até agora, estão decepcionadíssimos. Muitos já se declaram fora e, outros botaram a língua na viola. Com o fim da farsa, todos estamos vendo que foi eleito um presidente da República completamente despreparado para o cargo que, malgrado haver assumido a mais alta magistratura do país,com grande apoio da população, está agora refém da velha política. E tudo isso pode ser creditado à sua própria incompetência, somada à arrogância que é própria daqueles que pensam ser donos da verdade e, consequentemente, ficam impossibilitados de conviver num meio democrático. Algemado pelo “centrão”, Bolsonaro - que já não governava -, vê-se agora nas mãos do que há de pior na política brasileira. Aos que ainda acreditam nele, paciência...
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 18 DE MAIO DE 2020).
Nenhum comentário:
Postar um comentário