A entrevista exclusiva concedida pelo governador da Paraíba, João Azevedo, no último sábado à Rádio Princesa FM, fez-me lembrar-se de um episódio ocorrido na campanha eleitoral de Princesa em 1988. Naquela ocasião, Doca Ferraz - então vice-prefeito da cidade -, foi preterido de ser o candidato a prefeito pelo então prefeito Gonzaga Bento que emprestou apoio a outro candidato (Assis Maria). Mesmo assim, Doca insistiu e candidatou-se com o apoio da oposição e, seu hino de campanha, parodiando o cantor Jorge de Altinho, dizia, se referindo a Gonzaga: “Ele nem olhou pra mim, ele nem olhou pra mim. Ajudei a ser eleito, fui o seu vice-prefeito e ele nem olhou pra mim.”. Faço essa preleção parametrizando com o ocorrido no último sábado na Rádio Princesa, quando o jornalista Júnior Duarte “armou o circo” para entrevistar o governador, chamando o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento para participar e, no início da entrevista, o governador sequer cumprimentou Nascimento. O chefe de governo discorreu durante quase uma hora sobre os problemas que a Paraíba atravessa por conta da Pandemia da COVID-19 e, no final da entrevista, malgrado o entrevistador haver relembrado a todo momento, a Azevedo, que o prefeito Nascimento estava sentadinho no estúdio, ouvindo atentamente a sua fala, o governador, ao despedir-se, agradeceu ao jornalista, à emissora e disse apenas - ignorando a presença do prefeito: “um abraço!”.
Partilha de responsabilidades
Não bastasse o constrangimento a que o governador submeteu o prefeito de Princesa quando o ignorou solenemente. João Azevedo afirmou que a obrigação do Estado é cuidar dos pacientes acometidos da COVID-19 quando do agravamento da doença. Acrescentou que os primeiros socorros e cuidados são da obrigação dos municípios. Estes devem receber os pacientes com suspeita da contaminação pelo Coronavírus, procederem ao teste, estabilizarem os doentes e, em caso de agravamento, encaminhar para os Centros de Referência. Disse ainda, o governador, que o município de Princesa recebeu mais de R$=700.000,00 (SETECENTOS MIL REAIS) e que esse dinheiro era, exclusivamente, para esse fim. Tudo isso soou como uma reprimenda a Nascimento, pois, o primeiro paciente acometido do Coronavírus, mesmo estando em situação estável, teve de ser transferido para a cidade de Piancó para receber um tratamento que poderia ser dado aqui. Na verdade, a transferência, para o bem do referido doente, foi salutar uma vez que o Hospital Regional de Princesa, mesmo havendo sido contemplado com dinheiro do Governo Federal para o combate àCOVID-19, não reúne condições de fazer quaisquer procedimentos quanto ao tratamento da referida doença. O desprestigiamento, associado à reprimenda do governadormostra que Nascimento está com uma aceitação junto ao chefe de seu partido igual a carne de porco em hospital.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 11 DE MAIO DE 2020).
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