Eleições livres são a maior expressão do mundo democrático. A voz das urnas é soberana e não pode ser substituída por nada, tampouco calada por quaisquer que sejam os motivos. Hoje, no Brasil, estamos atravessando um momento especial, quando a Pandemia do Coronavírus nos impõe limites que nos impedem de ter uma vida normal. Neste ano de 2020, temos eleições marcadas para a escolha dos prefeitos e dos vereadores dos mais de cinco mil municípios brasileiros. É claro que fazer eleição sem aglomerado de gente é quase impossível. Correto? Não. Isso vale para os tempos que antecederam o advento da comunicação virtual, possibilitada pela internet, que hoje émassificada. Nesse entender, caso a Pandemia não arrefeça, as eleições podem acontecer com os candidatos apresentando suas propostas através de palanques eletrônicos. Afinal, como foi feita a eleição do último presidente da República? Bolsonaro, por conta da peixeirada de que foi vítima, não participou de nenhum debate televisivo e fez pouquíssimos comícios. Mesmo assim foi eleito e está aí o resultado. Embora nas próximas eleições não haja possibilidades do fazimento de comícios, passeatas ou aglomerações, o pleito é perfeitamente viável, seja com a mudança da data da eleição, ou com o aumento da quantidade de urnas, ou o estabelecimento de mais dias para a realização da votação, ou providências outras. O que importa é o cumprimento do calendário eleitoral. Afinal, as filas que se formam nos mercados, nos bancos, nas lotéricas e nas farmácias, são as mesmas que poderão se formar para que os eleitores possam exercer seu direito de cidadãos.
Medo de eleições?
Na contramão dessa realidade alguns, aboletados no poder, veem na Pandemia uma oportunidade de o Congresso Nacional, de forma abusiva e antidemocrática, suspender as eleições e prorrogar seus mandatos por mais dois anos. Isso está descartado. Alguns dos ministros do TSE – Tribunal Superior Eleitoral já afirmaram que, caso o pleito não possa ser realizado no dia 06 de outubro próximo, poderá ser adiado para o mês de dezembro ou, em caso de maior gravidade ou extensão da doença, juízes assumirão as prefeituras em 1º de janeiro de 2021 e ocorrerão eleições oportunamente e o mais breve possível; tudo isso em consonância com os presidentes da Câmara Federal e do Senado da República. Outros, sob a alegação de que as eleições não devem ser realizadas por conta das filas que se formariam por eleitores no dia da votação, o que segundo esses, poderia exacerbar o contágio por COVID-19 -, se escondem nessa desculpa, mas na verdade estão mesmo é temerosos de enfrentar as urnas por saberem da derrota certa ou porque estão satisfeitos com o que aí está. Nada disso entra em pauta. Nada vai impedir a realização do pleito ou provocar solução de continuidade danormalidade democrática. Haverá eleições sim, mesmo porque, devemos todos começar a nos acostumar com a terrível doença e aprender a conviver responsavelmentecom ela, sem tomá-la como desculpa para atender a interesses particulares escusos em detrimento da democracia.
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