quinta-feira, 25 de junho de 2020

ANALISANDO A POLÍTICA DO MUNICÍPIO VELHO



Foto: Internet e Rede Sociais 

Após a confirmação de que as eleições municipais acontecerão mesmo neste ano, descartada a possibilidade da prorrogação de mandatos ou da assunção de juízes ao cargo de prefeito, faremos rápida e sucinta análise da situação eleitoral dos seis municípios, que um dia integraram o município de Princesa: Água Branca, Juru, Manaíra, Princesa Isabel, São José de Princesa e Tavares. Em quase todos, à exceção de Princesa, o quadro já se acha mais ou menos definido, senão vejamos:

Água Branca


No município de Água Branca, que um dia foi chamado de Imoroti e que, ao longo de sua história política sempre foi administrado pela família Firmino, o quadro que se apresenta é o seguinte: o prefeito Tom, que pleiteia a reeleição, deverá enfrentar um dos irmãos e primos seus: Siduca, Tarcísio ou Júlio. Tarcísio, que foi derrotado nas últimas eleições quando tentava ser reeleito, deverá ser o candidato a vice-prefeito numa chapa encabeçada por Siduca, o irmão mais velho. Não sendo Tarcísio, poderá ser o outro irmão, Júlio. Siduca, que já foi prefeito daquela cidade por várias vezes, é empresário bem sucedido do ramo de automóveis, e deverá ser o candidato somente porque é o nome com maior densidade eleitoral. Fala-se a boca pequena que Siduca seria o candidato a prefeito e, se eleito, renunciaria, dando o lugar a um dos irmãos. Porém, a coisa não é tão simples assim, pois, o prefeito Tom tem uma avaliação popular razoável e, segundo dizem, não está disposto a perder a eleição. Há um certo frisson quanto à possível candidatura de Siduca, porém, favoritismo algum pode ser observado em nenhum dos dois lados.

Juru

Em Juru, antiga Barra, não haverá reeleição. O atual prefeito, Luís Galvão, já termina o seu segundo mandato. Muito bem avaliado nas pesquisas de opinião, Galvão optou pela indicação da vereadora Solange que é de sua base política. Há mais dois postulantes a uma candidatura de oposição: Eduardo Pires, que é o atual vice-prefeito e o empresário, Milton. A pré-candidatura da vereadora Solange tem como postulante a vice a também vereadora, Maria de Jesus, que é esposa daquele que era o principal adversário de Luís Galvão, o sargento Silvino. Luís promoveu essa composição com a oposição, o que desagradou fortemente alguns aliados, a exemplo de Eduardo Pires que, vendo-se alijado da preferência do prefeito, lançou-se candidato também. Há quem diga que, se os insatisfeitos (Eduardo, Milton e outros), se aliarem, a eleição pode ser apertada. No momento, faz-se claro o favoritismo da chapa abençoada pelo prefeito, porém, há quem diga que a transferência de votos, de Luís para Solange, não se fará de forma automática e fácil. E mais,dependendo de investimento financeiro e logístico, a campanha poderá ficar equilibrada.

Manaíra


No burgo manairense, que antes se chamava Alagoa Nova, a situação é um pouco complicada de análise. Ali, o quadro ainda se apresenta indefinido por conta de alguns aspectos. O atual prefeito, Nel, fez uma administração organizada, sem muitos arroubos, mas, bem controlada. O problema é de falta de popularidade, uma vez ser muito difícil conciliar popularidade com rigor administrativo. Há outra indefinição que conspira contra o atual prefeito - que possivelmente, tentará a reeleição -, que é a posição política do ex-prefeito José de Souza. Segundo alguns analistas políticos de Manaíra, para onde Zé de Souza pender, a coisa pode melhorar, e Nel, alimenta a esperança do apoio do ex-prefeito. O candidato de oposição é o médico, doutor Messias, que é irmão do ex-prefeito, José Simão. Popularíssimo entre as camadas mais humildes da população e também no meio dos comerciantes, se apresenta com chances de vitóriaDiante desse quadro de indefinição, deve-se considerar que Nel, homem simples e conhecedor do povo de sua terra, conta com a máquina administrativa e com o apoio de vários segmentos importantes da Zona Rural.

Princesa

Em Princesa, a antiga Lagoa da Perdição, é onde o quadro se apresenta mais indefinido. Primeiro, porque, com a impossibilidade de o atual prefeito, Ricardo Pereira do Nascimento, concorrer à reeleição, o mesmo não definiu ainda quem será o candidato a quem emprestará apoio. Por fora, correm mais dois pré-candidatos: o advogado José Sidney Filho e o médico Alan Moura. O primeiro, foi o candidato derrotado nas últimas eleições para prefeito. O segundo, é irmão do atual vice-prefeito e suplente de deputado estadual, o doutor Aledson Moura, portanto, dissidente dos quadros políticos do prefeito Nascimento. Do pleito de 2016 para cá, muitas coisas aconteceram na política de Princesa. Além da condenação do atual prefeito, o que o tornou inelegível, tivemos a eleição para a escolha de deputados em que o médico Aledson Moura, já sem o apoio do prefeito Nascimento, obteve expressiva votação no município, o que o credenciou a lançar seu irmão como pré-candidato a prefeito. Já Sidney Filho, amparado no apoio político do pai, o ex-prefeito doutor Sidney, em que pese haver perdido vários e significantes apoios, conta com o desgaste político de seus dois adversários que, ao romperem, dividiram o partido, o que, segundo os do grupo Diniz, só os beneficia. No entanto, em Princesa, nenhum prognóstico pode retratar a realidade. Embora as pesquisas apontem um crescimento considerável da pré-candidatura do doutor Alan Moura, nenhuma previsão pode ser feita ainda com segurança. Na verdade, em toda a região, é em Princesa onde o quadro se apresenta mais indefinido, mesmo porque, existem especulações sobre possíveis composições entre os grupos em disputa. Aqui, poderá acontecer tudo, inclusive nada.

São José de Princesa


Naquele pequenino município, que antes era o povoado de São José, a situação é definitivamente decidida. Juliano Matuto pode comprar o terno da posse. Em São José, desde a sua emancipação, em 1996, as eleições ali são “favas contadas”. O chefe do clã Matuto já foi prefeito quatro vezes e, quando não pode ser reeleito, indicou um preposto de sua extrema confiança para tirar os quatro anos do interregno e voltar depois para mais uma eleição e reeleição certas. Desta feita, Luiz de Matuto não será candidato e abençoa a candidatura do filho Juliano. Desponta como adversário do forte grupo, o ex-vereador princesense, Rialtoan Araújo que, segundo dizem os são-joseenses, concorrerá sem nenhuma chance de êxito eleitoral. Mesmo assim, faz-se importante o exercício do contraditório em preparação de uma futura alternância de poder, o que é salutar e necessário numa democracia.

Tavares


Tavares, o único município da região que sempre teve o mesmo nome. Cidade famosa pelos pleitos acirrados, lugar onde a oposição foi sempre forte e aguerrida, desta vez, parece que a coisa vai ser diferente. Até o início deste ano de 2020, apresentavam-se dois candidatos de oposição: Coco de Odálio e o médico cearense, doutor Messias. O atual prefeito, doutor Ailton Suassuna - já no término de seu segundo mandato -, não havia definido o nome a quem apoiaria. De repente, o quadro político-eleitoral de Tavares mudou completamente. O prefeito Ailton resolveu apoiar o nome de Coco de Odálio (adversário que havia sido derrotado nas eleições de 2016) e, como isso, o doutor Messias desistiu da disputa. Diante dessa situação, a oposição completamente acéfala de líderes, resolveu,juntamente com alguns dissidentes do atual prefeito, formar uma chapa. Para tanto, os militantes de oposição, juntos, convocaram o atual vice-prefeito, Luís Poeta, para figurar como pré-candidato a prefeito. Muitos dos partidários apaixonados do senhor prefeito, juntamente aos que seguem Coco, divulgam aos quatro ventos que a eleição deste será “um passeio”. A grosso modo, eles têm razão, porém, tratando-se de Tavares, a coisa pode não ser bem assim, pois, aquela cidade tem tradição de oposição forte e de eleições acirradas. Ali, é o único município da região onde, em perfeita convivência, maridos e mulheres,votam em partidos diferentes. Em face do quadro que se apresenta, a eleição poderá ser fácil para a situação, porém, tendo em vista a história política de Tavares, as barbas devem ser postas de molho.

DSMR, EM 25 DE JUNHO DE 2020.

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