quinta-feira, 9 de julho de 2020

A IGREJA CATÓLICA ADERE À LOGICA




Começou com a realização do Concílio Vaticano II (1962-1965), denominado também de XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, que foi convocado pelo papa João XXIII, através da bula papal “Humanae Salutis”, em 1961. Instalada em 11 de outubro de 1962, pelo pontífice que a convocou, e encerrada pelo papa Paulo VI, em 08 de dezembro de 1965, essa Conferência, gerou transformações profundas na Igreja Católica. Também chamado de aggiornamento, o Concílio que descentralizou as decisões da Igreja - dando maiores poderes à Cúria, às instâncias diocesanas e às várias prelazias -, aboliu muitos procedimentos litúrgicos e flexibilizou comportamentos, o que desagradou a muitos conservadores que, insatisfeitos com a Nova Ordem, se fizeram dissidentes de Roma. Porém, com o tempo, a grande maioria dos segmentos católicos foram assimilando as mudanças,porque observaram que elas tinham de ser implementadas, sob pena da sucumbência da Igreja Católica aos ditames dos novos tempos impostos pela modernidade laica.

As mudanças

A missa, os sacramentos e demais solenidades, deixaram de ser celebrados em latim e passaram a ser rezados e cantados, no vernáculo de cada país. O padre, que no exercício da celebração da Eucaristia, se punha de costas para os fiéis, pôs-se de frente ao público. Várias associações religiosas temáticas: Pia União das Filhas de Maria (que só admitia moças virgens), Cruzada Eucarística (exclusiva para as crianças de boa origem); Apostolado da Oração (que só aceitava como zeladoras e zeladores, mulheres e homens casados, que fossem de casta superior); dentre outras, foram esvaziadas e, com o tempo, totalmente dissolvidas. As tradicionais procissões, em que se transportavam Santos em andores, percorrendo as ruas da cidade, foram também aos poucos abolidas, restando somente aquelas que se fazem tradicionais, ou que são parte da cultura ou do folclore de algumas cidades ou países. Num crescente, a Igreja Católica mudou muito. Os dogmas, são hoje temas que envergonham aqueles que os defendem ou ainda neles creem, a exemplo da “Infalibilidade Papal”; da “Assunção da Virgem ao Céu”, dentre outros.

Determinações recentes

Alguns dos ensinamentos históricos da Igreja Católica, também caíram por terra. No ano 2000, quando foi celebrado o Jubileu do Milênio, o papa João Paulo II, determinou a inexistência do Purgatório (local onde as almas faziam passagem para livrarem-se dos pecados veniais e se tornarem aptas a adentrar ao Céu). O mesmo papa, afirmou que o Inferno é um “Estado de Espírito”, e pediu desculpas ao mundo pelas atrocidades praticadas pela “Santa Inquisição”. Após a renúncia do último papa conservador - pós-concílio -, Bento XVI, e com a assunção do papa Francisco à cátedra de São Pedro, outras doutrinas - antes indiscutíveis -, também foram desmontadas. O atual sumo pontífice, acaba de afirmar em alto e bom tom: Não há fogo no Inferno. Adão e Eva não são reais”. Esse tardio comportamento racional da Igreja Católica, se a enfraquece em alguns pontos, lhes permite uma sobrevida nesses tempos em que a fé deu lugar à hediondez, e a crença se submete à avidez do lucro financeiro. Se antigamente o que alimentava os cofres do Vaticano, eram os óbolos e os lucros com a simonia, através da venda de indulgências, hoje, as religiões cristãs – de todas a designações – auferem seus ganhos financeiros com o charlatanismo, e o dízimo, é claro.


DSMR, EM 09 DE JULHO DE 2020.

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