quarta-feira, 12 de agosto de 2020

ANTOLOGIA DOS PREFEITOS DE PRINCESA




FRANCISCO SOBREIRA DUARTE, mais conhecido como “Chico Sobreira”, era filho de José Sobreira Guimarães e de dona Isaura Duarte Sobreira, nasceu em Princesa em 26 de janeiro de 1937, casou-se com dona Maria Etelvina de Medeiros Sobreira, com quem teve os filhos: Alexandre Antônio; Carlos Alberto e Vera Lúcia. Aprendeu as primeiras letras em casa com uma professora particular e fez o curso primário no Grupo Escolar “Gama e Melo”. Em 1956, ingressou no Ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho”, concluindo o curso ginasial em 1960. Em 1962, foi nomeado para coordenar os trabalhos de uma Cooperativa Agrária em Princesa. Logo cedo, adentrou no ramo do comércio, quando instalou no centro da cidade uma Panificadora moderna. Em termos de política, Chico Sobreira, sempre se manteve à distância das disputas eleitorais e das brigas particulares que envolviam os dois grupos tradicionais (Pereira e Diniz), que comandavam a política princesense. Dava-se bem com todos. Na verdade, era o nosso biografado, um homem discreto e introspectivo, de poucos amigos, burocrata disciplinado e comerciante muito organizado.


A escolha de Chico Sobreira


Em meados de 1972, o então prefeito, doutor Antônio Nominando Diniz, que havia feito uma boa administração, entendeu que deveria escolher um nome de consenso para ser candidato à sua sucessão. Nesse tempo, dada a boa performance do prefeito, alguns próceres do grupo político liderado pela família Diniz, se apresentavam como postulantes à disputa eleitoral para a escolha do prefeito. Inicialmente, Nominando já havia optado por um nome, que era o do tabelião, Marçal Lima Neto, porém, o notário, que reunia todas as condições de pacificar o partido, foi acometido, logo no início daquele ano, de um infarto no coração e veio a falecer. Nesse vácuo, estabeleceu-se a disputa velada. Eram muitos os que pretendiam receber as bênçãos do então prefeito: Florentino Lima; João Pacote; Zé Pires; João Maia; Vavá Lima, dentre outros. Diante dessa acirrada disputa, doutor Antônio, em consonância com sua irmã, Maria Aurora, e seu cunhado, Genésio Lima, resolveu entrar em confabulações políticas com os chefes do grupo Pereira (Aloysio Pereira e Gonzaga Bento), para viabilizar a escolha de um nome de consenso e promover uma candidatura de “pacificação”. Em face dessa possibilidade da realização de uma eleição sem a necessidade de grande dispêndio financeiro, a disputa se acirrou ainda mais e todo mundo queria ser o candidato. Do lado dos Pereira, se apresentavam quadros também pretendentes a serem abençoados como candidatos: Waldemar Abrantes; Chico Virgulino; Mirabeau Lacerda, dentre outros. As conversas entre os líderes das duas facções políticas (Diniz e Pereira), evoluíam para um consenso, porém, não acontecia o mesmo quanto à escolha de um nome. Para resolver esse impasse, entraram em cena, Genésio Lima, pelo lado Diniz e, Gonzaga Bento, representando os Pereira. Depois de muitas conversas e considerações, os dois encontraram um nome que, na qualidade de “tertius”, poderia ser aceito como consenso,para unir as duas agremiações em torno de uma candidatura única. Esse nome, era Francisco Sobreira Duarte. Apresentado aos chefes políticos (Aloysio Pereira e Antônio Nominando), estes aceitaram e abençoaram o nome de Chico Sobreira como candidato a prefeito. Essa decisão causou grande mal-estar (nos dois lados), entre aqueles que pretendiam ser indicados pelas lideranças políticas. Isto provocou algumas dissenções políticas, o que veremos adiante. Após a escolha de Chico Sobreira para a cabeça de chapa, as lideranças optaram pelo então vereador, João Brandão Vieira, mais conhecido como “João Pacote”, para compor a chapa como vice-prefeito.


A Campanha e a eleição


Escolhidos os candidatos, aconteceu a Convenção e a chapa pacificada, sob a representação da ARENA – Aliança Renovadora Nacional, foi registrada. A campanha foi tranquila. Aconteceu somente um comício para a apresentação dos candidatos, ocasião em que coabitaram o mesmo palanque, Aloysio Pereira e Antônio Nominando Diniz. Para a disputa de vereadores, formou-se um “chapão” em que, para o preenchimento das sete vagas na Câmara Municipal, concorreram somente nove candidatos. A única nota dissonante dessa pacificação, foi a posição do ex-prefeito, Antônio Maia que, desgostoso com a preterição do nome de seu irmão, João Maia, pelo grupo Diniz, passou a pregar o exercício do voto em branco. Nessa decisão, Maia foi acompanhado pelo então vice-prefeito Miron Maia e pelo sacristão, João Mandú Neto. A campanha transcorreu tranquila e, no dia 15 de novembro de 1972, a chapa Chico Sobreira/João Pacote, foi eleita quando obteve das urnas 2.729 votos. Foram computados 84 votos nulos e 785 votos em branco, estabelecendo-se uma altíssima abstenção de 35,05%.


A administração


Eleito, Francisco Sobreira Duarte, tomou posse como o 8º prefeito eleito de Princesa, aos 36 anos de idade, em 31 de janeiro de 1973. Prefeito, Chico Sobreira, deu continuidade a todas as diretrizes estabelecidas pelo seu antecessor no campo da educação e da cultura: manteve o Projeto Rondon; continuou o incentivo ao esporte e deixou aberta e Biblioteca Pública. Somente o Grupo de Teatro foi desativado. Com vocação para o urbanismo, Sobreira promoveu o calçamento de várias ruas da cidade; desapropriou o antigo curral do agropecuarista “João Baixio” e construiu ali a chamada “Rua dos Bancários”; desapropriou um imóvel no meio da Rua Grande e fez construir um largo beco para facilitar o tráfego de automóveis no centro da cidade. Além dessas obras urbanísticas, Chico Sobreira, construiu a Quadra de Esportes, “Ministro Alcides Carneiro”, um verdadeiro templo para o esporte princesense, localizada onde hoje está a Praça da Estrela. Construiu também um prédio, ao lado da sede da Prefeitura Municipal, para servir como Centro Administrativo. Quanto aos trabalhos burocráticos e contábeis, organizado que era, Sobreira promoveu grande modernização no trato das coisas da administração. Fez uma gestão profícua e organizada, entregando o poder ao seu sucessor em 31 de janeiro de 1977. Faleceu na cidade de Campina Grande/PB, em agosto de 2008.



DSMR, EM 12 DE AGOSTO DE 2020.

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