A LIVE
FEITA DE CIMENTO
Nesses tempos de pré-campanha eleitoral, tudo acontece com a
finalidade da conquista do voto, principalmente. O peditório dos eleitores aos
candidatos se exacerba nesse período. É prática comum, nas campanhas eleitorais,
os eleitores trocarem votos por benefícios vários, principalmente por materiais
de construção. Foi o que ocorreu semana passada. O caso deu-se quando um
pré-candidato a vereador (de quem, por motivos óbvios, declinarei o nome), do
partido de doutor Alan Moura, recebeu um telefonema:
- Alô? Quem é?
- Aqui é Zeca.
- Pois não, Zeca, pode falar.
- (...) é que estou precisando de uma ajuda para a minha Live.
O vereador, para desvencilhar-se do eleitor pidão, disse:
- Tudo bem. Liga pra mim amanhã, ok? Um abraço.
O vereador desligou o telefone e o eleitor tonou a ligar, no
que não foi atendido. No dia seguinte, a mesma tentativa e a mesma frustração,
isso, por dois dias seguidos. Na sexta-feira, dia da realização da Live, o eleitor fez sua última tentativa
de se comunicar com o vereador. Ligou várias vezes. Aperreou tanto, que o
parlamentar mirim sucumbiu, atendeu ao telefone e foi logo dizendo:
- Ô Zeca, quantos sacos de cimento leva essa tua laje?
- Zeca respondeu:
- (...), não é laje não, homi! É uma Live que eu vou apresentar
com a minha sanfona!
Para se ver livre, o vereador disse:
- Então pronto, me diz a que horas vai ser, que eu assisto.
Tchau.
Com isso, desligou o telefone. E Zeca, pasmo com a desfeita e
com o telefone tocando, tum, tum, tum, tum, fez o seguinte comentário:
- Isso é vereador pra rapariga.
DSMR, EM 29 DE AGOSTO DE 2020.
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