quinta-feira, 17 de setembro de 2020

ANTOLOGIA DOS PREFEITOS DE PRINCESA

 



DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO

 

Escrito por THIAGO PEREIRA

 

Domingos Sávio Maximiano Roberto, assumiu a Prefeitura de Princesa em 21 de março de 2012, após o meu afastamento do cargo, pelo TRE-PB. O processo eleitoral que tirou o ex-gestor José Sidney Oliveira e me levou à Prefeitura, deixou feridas bem abertas que só foram, parcialmente, saradas com a minha saída. Dominguinhos, que era o Presidente da Câmara de Vereadores e meu aliado, assumiu o cargo, conforme o que determinava a decisão da Corte Eleitoral paraibana.

Ainda em situação de interinidade, Dominguinhos mudou pouco os rumos da gestão, em comparação ao que eu havia implantado. Alterações pontuais no quadro de secretários, que lhe garantiram uma gestão mais tranquila, sem pressões do Poder Legislativo. Talvez a mais significativa tenha sido a saída do ex-Secretário de Saúde, Ricardo Pereira do Nascimento, que ainda no meu governo demonstrava não topar com Dominguinhos. Além disso, a gestão continuou bem parecida, até o final do mandato tampão.

 

A eleição indireta

 

Em 21 de junho de 2012 ocorreu, na Câmara Municipal de Princesa Isabel, como determinara o TRE-PB, uma eleição indireta para Prefeito, para sanar a situação de interinidade. Habilidoso politicamente depois de cinco mandatos legislativos, Dominguinhos, conseguiu juntar votos suficientes para se manter no cargo até dezembro daquele ano. O prefeito interino, tendo como seu vice-prefeito o vereador Pacelli Mandú, disputou a eleição contra duas outras chapas, uma formada pelo vereador José Irismar Mangueira de Sousa (PCdoB) e pela esposa do também vereador Givaldo Rodrigues de Morais, dona Gracinalda Domingos de Morais, como prefeito e vice-prefeita respectivamente, e a outra, composta pelo ex-vereador José Batista da Silva (DEM), tendo como seu vice, o comerciante Anastácio Henriques. Dominguinhos (PSDB) foi eleito com os votos dos vereadores: Arnaldo Florentino; Sebastião Rogal; Germana Diniz; João Rosas; Rialtoan Araújo, Chota e Pacelli Mandú.A candidatura do PCdoB teve 02 votos e, a do DEM, zero voto.

A eleição direta



A vitória na eleição indireta animou Dominguinhos a tentar sua permanência definitiva no cargo, buscando assim a sua reeleição no processo eleitoral de outubro de 2012. Naquela disputa concorreram, além de Dominguinhos -que teve como sua companheira de chapa, candidata a vice-prefeita, a então vereadora, Germana Diniz -, os candidatos Ricardo Pereira do Nascimento, Dr. Aledson Moura (que retirou a candidatura perto do fim da campanha), José Nominando Diniz e Dr. Diomar Cordeiro Pegado. Foi uma eleição recheada de curiosidades, especialmente pela quantidade de candidatos na disputa. Interessante ressaltar, por exemplo, que todos os candidatos da oposição se uniram contra Dominguinhos, tanto que fizeram carreata juntos (à exceção do dr. Diomar), após um debate bem ácido realizado pela Rádio Princesa. Dominguinhos percebeu que precisava “tomar conta da campanha”, como sempre relatou. Traçou as metas e coordenou, ele mesmo, a execução de tudo. Conseguiu vencer com tranquilidade. Obteve das urnas 6.127 sufrágios (53,55%)impondo uma maioria de 1.450 votos sobre o segundo colocado, o ex-Secretário Ricardo Pereira. Dos 43 candidatos a vereador, foram eleitos 11. Pela coligação liderada pelo PSDB: Iannara Henriques, Alaelson Henriques, Arnaldo Florentino, Neguinho da Lagoa, Pacelli Mandú, Zé Matias Filho, Célio de Zé Biró e Rialtoan Araújo. Pela coligação encabeçada pelo PCdoB, foram eleitos: Robson Matuto, Givaldo Morais e Irismar Mangueira. Eleito, Domingos Sávio Maximiano Roberto, tomou posse no dia 1º de janeiro de 2013, como o 17º prefeito eleito de Princesa.

A união



O fato mais marcante nessa campanha foi a união, construída por Dominguinhos, de dois ex-Prefeitos que já haviam sido fortes adversários: eu (Thiago Pereira) e o médico José Sidney Oliveira, além do também ex-prefeito, Assis Maria.Conjuntura que colocou Dominguinhos bem à frente dos outros aspirantes ao cargo de Prefeito.  

 

O mandato

 

O segundo mandato de Dominguinhos foi diferente do primeiro. Tudo começou bem, com muitos recursos conquistados e imensa tranquilidade administrativa. A gestão era beneficiada de todos os lados. Haviam três deputados federais enviando recursos e conquistando ações importantes (Rui Carneiro, Aguinaldo Ribeiro e Nilda Gondim), além dos senadores Cássio Cunha Lima, Cícero Lucena e Vital do Rêgo Filho, que também encaminhavam emendas e lutavam por obras importantes. Ademais, Dominguinhos recebia o apoio total do Governo do Estado, gerido por Ricardo Coutinho, com a distribuição cargos que acolhiam muitos aliados seus nas repartições do Estado, em Princesa, e ações importantes que ajudavam no desenvolvimento da cidade. Todo esse apoio se deu por conta da união política edificada na eleição de 2012.

Então as coisas começaram a mudar. Primeiro veio a grande seca que devastou todo o Nordeste, considerada a maior dos últimos 100 anos. Isso abalou um pouco as finanças do município. Logo depois veio o rompimento com o Governador Ricardo Coutinho. Todos os aliados do prefeito Dominguinhos, demitidos pela força das circunstâncias, procuraram acolhimento na gestão municipal. Dominguinhos, pouco acostumado a dizer não, botou quase todo mundo no município, inchando a folha e causando grande prejuízo às finanças públicas. Apesar de pródigo em obras e conquistador de recursos importantes, Dominguinhos, devido à farta benevolência, desequilibrou as contas públicas, e assim, cometeu o maior erro de seu governo: atrasou salários de servidores. Esse carma ele carregará por algum tempo. Apesar de já ter feito o mea culpa publicamente, é uma ferida difícil de curar. No entanto, deve-se fazer justiça: a sua gestão foi uma das mais generosas em investimentos que contribuíram para o desenvolvimento da nossa terra.

Com a difícil situação financeira, o gestor enfrentou, talvez, a oposição mais “denuncista” de toda a história política desta terra.

Pela ânsia do poder de seus adversários, Dominguinhos sangrou até o fim da gestão. A oposição conseguiu seu afastamento pela Justiça Federal, o que foi, justamente,desfeito 08 dias depois pelo TRF. O fim do governo foi conturbado, e teve como ápice da aflição, a derrota nas eleições de 2016 do pretenso sucessor de Dominguinhos, o jovem José Sidney Oliveira Filho.

Escrito por Thiago Pereira de Sousa Soares, em 17/09/2020.

 

 

           

 

 

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