quarta-feira, 25 de novembro de 2020

HIPOCRISIA QUE NADA RESOLVE

 



Ontem, assistindo ao noticiário televisivo tomei conhecimento de uma informação ridícula. A empresa americana, GitHub, que opera também no Brasil, está trabalhando para substituir termos considerados abusivos ou ofensivos à comunidade afro-brasileira e bani-los dos escritos como se isso acabasse com o racismo existente aqui e em quase todos os lugares do mundo. O pensamento dos operadores dessas “correções” é o de mudar as expressões: “lista negra”, para “lista de excluídos”; “mercado negro”, para “mercado ilegal”; “humor negro”, para “humor ácido”, dentre outras substituições. Ora, quem, em sã consciência, ao pronunciar essas palavras o faz com a intenção de desmerecer os de cor? Ou sequer lembram dos afrodescendentes? Bobagem e frescura de esquerdistas que não têm o que fazer. Os negros, as mulheres, os anões, as prostitutas, os homossexuais, dentre outros diferentes, são tão ou mais capazes do que os brancos. Não há diferença alguma quanto à capacidade intelectual ou de personalidade. O tratamento diferenciado aflora quando aqueles que se arvoram da condição de politicamente corretos, abordam o assunto de forma discricionária, sempre lembrando que as minorias são vulneráveis e carecidas de proteção especial. Longe do exercício negacionista, o problema do racismo, repito, existe no mundo todo, mas não é um problema de nomenclatura apenas, mas sim de conscientização e respeito que todos devemos ter pelos semelhantes. Essa conversa mole contida de hipocrisia de nada adianta nem vai resolver nada. Faço minhas as palavras de Falcão: menino é menino, mulher é mulher, negro é negro, veado é veado e não são iniciativas demagógicas que vão fazê-los diferentes, maiores ou menores do que realmente o são.

DSMR, em 25 de novembro de 2020.

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