segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O LEGADO DO MATUTO ANTÔNIO LOPES

 



Ontem, passei boa parte do dia na casa do saudoso “seu” Antônio Lopes, no sítio Esperança. Manhã por demais agradável, quando fomos recebidos pela família - Renato César, Vitória, Augusto e eu. Churrasco, cerveja, refrigerante e um lauto almoço fizeram parte da recepção. Porém, o mais importante foi a conversa capitaneada pela matriarca da família. Dona Aloísia, mulher inteligente, de conversa fácil e envolvente, detentora de personalidade que preenche todos os espaços, comandou o bate-papo com alegria e determinação. Numa de suas mais interessantes histórias, nos contou que se tornou letrada de forma temporã, o que a transformou na diligente enfermeira do marido doente, quando se fez apta a decifrar as receitas contidas das meizinhas e do cardápio especial para o esposo enfermo. Muito religiosa, o que carrega também um misto de superstição – auxiliada por Manoel, o genro intelectual - versou sobre botijas, almas penadas e outras coisas do além. A conversa de dona Aloísia não deixa ninguém cansado nem dá espaço para se falar nada. Na volta dela, só se pode escutar. Mãe de prolífica família, constituída de treze filhos e incontáveis vinte e tantos netos, genros e noras, a matriarca comanda tudo movida, talvez, pelo grande amor vivido ao lado se seu saudoso esposo, Antônio Lopes, que, coincidentemente, se completam hoje, três anos de sua partida. Fruto desse amor nasceu uma família bonita, composta de filhos e filhas alegres e muito unidos entre si. Alguns deles com pendores artísticos, seja na habilidade de desenhar ou pintar, ou na arte com a colher de pedreiro. Nesse particular, se superaram quando construíram, no terreiro de casa – para louvar sua fé -, uma bela igreja, com duas torres, portanto, digna de cidade. O matuto Antônio Lopes, que partiu cedo da vida, deixou invejável legado, traduzido numa família decente que merece nossos agradecimentos pela recepção e aplausos pelo que são. A dona Aloísia, Manoel, João, Laurentina e Manoel, Pedro, Abraão e aos demais, que nos dignificaram com sua receptividade, muito obrigado pela felicidade do dia.

DSMR, EM 09 DE NOVEMBRO DE 2020.

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