segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

MAIA X BOLSONARO

 



Vetada pelo Supremo Tribunal Federal, a reeleição de Rodrigo Maia para a presidência do Poder Legislativo, se inicia em Brasília uma queda-de-braço federal entre o presidente Jair Bolsonaro e o atual presidente da Câmara dos Deputados. Os dois, que desde o início do mandato do primeiro convivem às turras, agora - em fratura exposta -, se digladiam em apoio a um nome distinto para concorrer à presidência da chamada Câmara Baixa. Bolsonaro aposta suas cartas no deputado alagoano, Arthur César Pereira Lira (Progressistas); e Maia, esconde ainda na cartola, o nome de sua preferência para concorrer com o candidato chapa-branca. Especula-se que o escolhido do presidente sainte, deverá ser o deputado paulista, Luiz Felipe Baleia Tenuto Rossi (MDB) ou o deputado paraibano, Aguinaldo Velloso Borges Ribeiro (Progressistas). Maia promete divulgar o nome do seu preferido até o Natal. Enquanto isso, intensificam-se as negociações. Ontem, o presidente da Câmara fechou acordo com 11 dos partidos de oposição ao governo. Esse bloco, que conta com cerca se 130 deputados, se somado aos que já rezam pela cartilha de Maia, chegarão a aproximadamente, 280 e oitenta parlamentares quando são necessários somente 257 para ungirem nas urnas o próximo presidente da Câmara dos Deputados. Do lado do presidente Bolsonaro, somam os deputados da base de sustentação do governo naquela Casa, mais os do chamado “Centrão”.

Balcão em pleno funcionamento

Para a consecução dos votos necessários, ambas as partes não descansam na busca de apoios. Arthur Lira, com o aval do presidente Bolsonaro, arregimenta ávidos parlamentares e os leva ao Palácio do Planalto para o encetamento das negociações que encerram, verbas, cargos e benefícios outros advindos dos cofres públicos. Rodrigo Maia, fiador do candidato da oposição, promete algo mais alentador aos parlamentares, que é a revisão de algumas leis que podem livrá-los das barras dos tribunais ou, quiçá, da cadeia. As promessas em troca de votos se atêm a mimos como a promessa de que a Lei da Ficha Limpa - que, supostamente impede que políticos condenados por corrupção se candidatem a cargos eletivos -, deverá será desburocratizada, amenizada. Outro benefício prometido aos parlamentares da chamada esquerda, é o engavetamento da Emenda Constitucional, que está em tramitação e que, se aprovada, determinará a prisão, por condenação em segunda instância, dos deputados que ora são investigados. Dessa forma, o que der na roleta, será bom para ambas as partes, mas péssimo para o Brasil. As verbas e os cargos, serão destinados aos novatos, que ainda são limpos e, a impunidade, àqueles que estão enrolados, até o gogó, com a justiça. O problema é que, depois das eleições de 2018, quando o povo atirou no que viu e matou o que não viu ou, melhor dizendo, comprou gato por lebre, quando elegeu políticos que prometiam combater a corrupção e implantar a moralidade na coisa pública, o que na realidade demonstrou-se um engodo, a velha política volta agora com força dando as cartas a seu bel prazer. Bom mesmo era que, no meio de tudo isso surgisse novamente um novo “Severino do Relógio” para atrapalhar o meio de campo e “tordar” de vez, o caldo. 


DSMR, em 21 de dezembro de 2020.

 

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