O clima político no Brasil está de vaca desconhecer bezerro.
Enquanto assistimos ao grande número de pessoas, residentes na capital
amazonense, ser praticamente dizimado por falta de ar, as autoridades
“competentes” brigam entre si tentando se imiscuir de suas responsabilidades.
Há quase uma semana que os moradores de Manaus sofrem com o caos na saúde,
provocado, primeiro pela irresponsabilidade daqueles que deveriam estar
cuidando e, segundo, pela falta de oxigênio. Isso mesmo, oxigênio. Os pacientes
de Covid-19, os recém-nascidos prematuros e demais pacientes que necessitam de
respiração artificial estão morrendo ali por falta de oxigênio. Gravíssima é a
situação sanitária daquele Estado, o que se exacerba quando constatamos que, ao
invés de tomarem as providências devidas, as autoridades se digladiam,
politizando essa trágica situação. O governador de São Paulo, João Dória,
responsabiliza o presidente Bolsonaro chamando-o de facínora. Em resposta, o
presidente da República chama o governador paulista de moleque, e por aí vai.
Enquanto isso, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, com a
bunda assentada numa cadeira confortável, diz que não tem oxigênio em Manaus
porque a FAB – Força Aérea Brasileira não dispõe de aviões para transportar o
insumo salvador. Por fora, o vice-presidente, Hamilton Mourão, tem o
descaramento de dizer que o governo federal está fazendo mais do o necessário
para resolver a grave situação. Alheia a essa briga, a foice da morte decepa as
cabeças dos amazonenses, diariamente, sem pena. O único alento nisso tudo, é quando
observamos atitudes daqueles que não têm nada a ver com isso, a exemplo do
governador da Paraíba, João Azevedo que, sabedor da dramática situação, num ato
louvável de solidariedade, disponibilizou leitos de UTI e oxigênio, para
socorrer os irmãos daquele estado abandonado por quem de direito. Em protesto a
essa situação, várias capitais do Brasil já promoveram, ontem,
panelaços durante a edição do Jornal Nacional.
Urge que sejam tomadas providências já. É triste, mas é verdade: pelo
correr da carruagem, se não acabarmos com esse governo, logo, logo, ele acabará
com o Brasil.
DSMR, em 16 de janeiro de 2021
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