Houve um tempo, em que a Igreja Católica não abria mão de
certos preconceitos considerados causas pétreas. Quando do descobrimento das
Américas, questionou-se, nos meios curiais romanos, se os índios teriam alma; a
pederastia, chamada de “sodomia”, era considerada pecado mortal; filhos
ilegítimos (fora do casamento), não podiam ordenar-se padre, tampouco negros e,
para culminar, nesse concerto ideológico, o Vaticano vaticinava: “Fora da Igreja Católica não há salvação”.
Hoje, com o Papa Francisco, tudo isso caiu por terra. Agora, por determinação
papal, respaldado pela infalibilidade do Pontífice, gays podem unir-se
civilmente porque, segundo o chefe da Igreja: “Eles também são filhos de Deus”. Neste ano, a Campanha da
Fraternidade, coordenada pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos
Brasileiros, incluiu no seu Lema, a defesa das comunidades LGBT – Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
Bênção restrita
A benção concedida pelo Papa se restringe, hipocritamente, ao
reconhecimento do casamento gay, uma vez não permitir que pessoas do mesmo sexo
subam ao altar para se casarem formalmente no rito católico. Ou seja, abre um
olho e fecha o outro, isso para a inclusão necessária de um segmento rico, que
muito pode contribuir com o óbolo de São Pedro. Quem não sabe que os bens dos
hereges queimados nas fogueiras da Santa Inquisição eram confiscados pela
Igreja? Agora, com essa necessária reciclagem, tanto se pode aumentar a
freguesia, como também arrecadar mais. Na esteira dessa decisão interesseira, há
um ponto positivo, a admissão dos bastardos de Deus ao seio da Igreja
salvadora.
DSMR, em 22 de fevereiro de 2021.
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