Em 2014, por ocasião de uma viagem a São Paulo, quando eu era
prefeito de Princesa, tive a oportunidade de conhecer e visitar o MASP – Museu
de Arte de São Paulo, tido por todos como um dos centros culturais mais
importantes do Brasil. Lá, observei que, em meio ao acervo de várias obras de
arte de artistas plásticos reconhecidos
internacionalmente, constavam obras de vários artistas brasileiros consagrados.
Resolvi que, a partir de hoje, nessa coluna “Falando de Arte”, divulgarei
algumas dessas obras de arte para o conhecimento de todos. Começo hoje com o
pintor Cândido Portinari.
O Lavrador de Café
Portinari é o autor dos painéis Guerra e Paz (1952-56), na sede da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Nova York, e dos painéis para o edifício do Ministério da Educação e
Saúde Pública, no Rio de Janeiro (1936-38). Em meados de 1940, quando o debate
político se acirrava e as conquistas trabalhistas se estabeleciam no país,
Portinari teve um grande engajamento político, tendo sido candidato a deputado
federal e a senador pelo Partido Comunista do Brasil (PCB). Sua obra sintetiza,
no campo da arte, os contrastes que marcam a cultura brasileira: se, por um
lado, retratava a elite dominante, por outro, pintava a classe trabalhadora em
um estilo que encontra eco na produção artística moderna da América Latina.O
MASP possui dezoito obras do artista, entre elas, O Lavrador de Café (1939). Na cena, o trem está partindo na direção
do horizonte, delimitando a plantação de café, que ocupa toda a paisagem. Os
cabelos e a camisa do rapaz negro têm os mesmos
tons da árvore partida. Com as mangas da camisa dobradas e os pés
descalços, a figura assume um tom sóbrio e digno, reforçado pelo tamanho
desproporcional de suas mãos e pés, símbolo de força e empoderamento.
DSMR, em 26 de março de 2021.
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