No Brasil de hoje, falar algo sobre Lula ou Bolsonaro evoca o
dualismo maniqueísta do bem e do mal. Não se pode criticar as maluquices do
presidente incompetente sem que seus devotos relembrem as falcatruas de Lula.
Quando se fala mal de Lula, o petismo ataca sem pena, com golpes abaixo da
cintura, contra as malandragens dos filhos de Bolsonaro e seus comparsas.
O problema se intensifica agora, quando o STF – Supremo
Tribunal Federal, através da decisão monocrática do Ministro Edson Fachin,
determinou a anulação dos vários processos de Lula. Com isso, o ex-presidente
se torna elegível e ameaça seriamente os planos de reeleição do atual
presidente.
Com essa decisão, aarena política brasileira pegou fogo. Aliás,
decisão tardia e por demais esquisita, uma vez somente agora o STF entender ser
incompetente, a Justiça de Curitiba, para julgar Lula.
Na verdade, isso não se constitui uma novidade. Em 1992, o
ex-presidente, Fernando Collor, foi vítima de um impeachment e condenado por
corrupção, pelo Senado Federal, sob a direção do presidente do STF, perdeu o
mandato e, 12 anos depois, o mesmo STF o absolveu por falta de provas.
Em 2017, foi a vez de Lula, também condenado, num processo
que correu célere, foi impedido de se candidatar à presidência da República e
teve de amargar 580 dias na cadeia.O plano era impedir a eleição do petista,
mas o tiro saiu pela culatra, quando a elite conservadora patrocinou a
candidatura de Geraldo Alkmin, armou tudo para impedir o ex-presidente de voltar
ao poder, e teve de aguentar a vitória de um maluco, eleito com um discurso mentiroso
de combate à corrupção, ajudado por uma peixeirada milagrosa.
Agora, tudo passado, restam duas
perguntas que não querem calar: Quem acredita mais nesse STF? Quem ressarcirá
os prejuízos morais e eleitorais de Lula?
DSMR, em 10 de março de 2021.
Nenhum comentário:
Postar um comentário