A dança das cadeiras ministeriais, ocorrida ontem na
Esplanada dos Ministérios, não seguiu o ritmo do maestro principal, mas sim, da
banda que toca no Congresso Nacional. Senadores e deputados, insatisfeitos com
o desempenho medíocre de alguns ministros e ávidos em emplacar nomes de suas
preferências e conveniências, pressionaram o presidente Bolsonaro e provocaram
a mudança de seis ministros em apenas um dia. Como exemplo, podemos citar a
incompetência do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em lidar com
a China, maior parceiro comercial do Brasil e principal fornecedor de insumos e
vacinas contra a Covid-19. Há quem diga, que na esteira
dessas exigências congressuais,Bolsonaro aproveitou para mudar também o
ministro da Defesa e Segurança Pública, quando nomeou o general, Braga Netto,
de sua confiança e mais duro no trato com as Forças Armadas. Nesse caso, há
quem veja aí uma ameaça à instituições democráticas. As mudanças, que golpearam
setores ideológicos do governo, aconteceram de forma rápida e atendem agora, ao
pragmatismo do chamado “centrão”. Mais um recuo de Bolsonaro para se sustentar
no poder que ele próprio vem correndo dia-a-dia.
DSMR, em 30 de março de 2021.
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