Ontem, escutando o depoimento do padre Fábio de Melo, sobre o
falecimento de sua mãe, vítima fatal, no último dia 28 de março, da Covid-19,
detectei, nas entrelinhas da fala do reverendo, uma revolta civilizada quanto à
omissão das autoridades federais no trato do combate à pandemia que já matou
mais de 330 mil brasileiros. Em sua fala, o padre questionou: “Será, que se essa vacina houvesse chegado
mais cedo, a vida da minha mãe e as de milhares de brasileiros não teriam sido
preservadas?”. Isso faz-nos lembrar a insensatez e a insensibilidade do
presidente da República, em várias ocasiões. Em 21 de outubro do ano passado,
em relação à vacina produzida na China (Coronavac), Bolsonaro disse: Minha decisão é a de não adquirir a referida
vacina”. Sobre a vacina da farmacêutica Pfizer, o presidente ironizou: “Se você virar um jacaré, é problema seu. Se
você virar um Super-Homem, se nascer barba em algumamulher aí ou algum homem
começar a falar fino, eles (Pfizer) não têm nada a ver com isso”.Em 19 de
dezembro passado, Bolsonaro decretou: “A
pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso. Estamos
com uma ascensão agora, um pequeno repique, que pode acontecer, mas a pressa da
vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas. Você vai
inocular algo, e o seu sistema imunológico pode reagir de forma imprevista”.
Diante dessas declarações, das mais de 330 mil mortes, do crescente número de
óbitos e da constatação de que as internações de pessoas com mais de 80 anos
(grupo que já foi totalmente imunizado), vêm diminuindo significativamente,
fica patente a certeza de que a vacina evita mortes e que, o presidente Jair
Bolsonaro, com suas atitudes negacionistas (apesar de ter dito que não o era),
é mesmo o coveiro da Nação.
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