No último domingo, dia 11 de abril, o padre italiano,
Riccardo Ceccobelli, vigário de uma freguesia da Diocese de Todi, na região
central da Itália, durante a celebração dominical, aproveitou a reunião de seus
paroquianos e anunciou que seria aquela, sua última missa. Revelou que estava
apaixonado por uma mulher, situação incompatível com a de sacerdote e que, por
isso, abandonaria a Igreja. Reafirmou seu amor a Cristo e respeito à Igreja
Católica, mas enfatizou que: “meu coração
se apaixonou”. Para a Igreja, são dois os pecados do padre: apaixonar-se e
dizer que estava apaixonado. É sabido por todos que existem muitos pecados na
sacristia, e que a hipocrisia reina, tanto nos que pregam dos altares quanto
nos que assistem, contritamente, aos ofícios religiosos. A coragem e a
coerência desse sacerdote são louváveis, pois, se calado ficasse, nada mudaria
no curso da sua vida sacerdotal. Na Igreja, não é proibido fazer, mas sim,
dizer. Num seguimento tortuoso da máxima de Santo Agostinho: “Tudo eu posso, mas não devo”, a Igreja
tolera comportamentos escusos, desde que estes não venham
à baila. Na Santa Madre Igreja, se pode tudo, desde que seguindo os preceitos
da hipocrisia. O demônio mora nos detalhes.
DSMR, em 15 de abril de 2021.
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