O que deveria ser uma instância para apurar
responsabilidades, A CPI da Covid-19 tornou-se o picadeiro de um circo em que
senadores da República, em defesa de interesses eleitoreiros, se digladiam
entre si, coisa para inglês ver, uma vez obedecer – esse comportamento ridículo
-, apenas ao pavoneamento de alguns, tudo em detrimento do real interesse da
sociedade que é a apuração dos fatos que foram responsáveis por quase meio
milhão de mortes de brasileiros, vítimas da covid-19.
Ontem, o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro,
Wilson Witzel, mais pareceu uma “delação premiada” contra o presidente Jair
Bolsonaro, ou a apresentação de um memorial de autodefesa do próprio governador
que foi, recentemente, vítima de um impeachment.
Nada acrescentou e em nada contribuiu, portanto, às investigações sobre o
destino das verbas milionárias destinadas ao combate à pandemia.
Nesse jogo de empurra, em que cada um defende seus próprios
interesses, a doença grassa impiedosamente indomável (ontem, tivemos quase 3
mil mortes por covid-19), como se vidas humanas sejam algo banal. De um lado, o
espetáculo da CPI. Do outro, as investidas negacionistas de um presidente da
República que, do alto de sua irresponsabilidade, torce pelo contágio maior
como panaceia para um mal que considera menor: “uma gripezinha”. E, nós, os
prováveis próximos mortais, assistindo dos poleiros desse circo, essas
palhaçadas.
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