quarta-feira, 14 de julho de 2021

CPI DA COVID-19: QUANTO MAIS MEXEM, MAIS FEDE


A Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada para apurar irregularidades, erros e omissões na condução do combate à pandemia do coronavírus pelo Governo Federal, é uma caixinha de surpresas. Inicialmente, os senadores que compõem aquela CPI enveredaram pela investigação sobre o negacionismo do presidente Bolsonaro quanto à gravidade da doença e suas gestões contrárias ao uso de máscaras e ao isolamento social, além da recomendação quanto ao uso de medicamentos comprovadamente ineficazes.Depois, pela omissão quanto à aquisição de vacinas, passando pelo chamado “gabinete paralelo” que tomava decisões à revelia do Ministério da Saúde.

Com a evolução dos trabalhos, coisas mais graves, gravíssimas, começaram a vir à tona. O mesmo presidente que se negou a comprar vacinas da pfizer e a coronavac fabricada na China, passou a desenvolver empenho extraordinário para a aquisição do imunizante indiano, covaxin. Após denúncia à CPI, feita pelo irmão do deputado federal, Luís Miranda, de que essa compra estava eivada de irregularidades, tais como sobrepreço, favorecimento a terceiros, pagamento adiantado e quantidade elevada, o foco voltou-se completamente para esse assunto.

Acuado com a lama que já chega no gabinete presidencial, Bolsonaro, contra-ataca com acusações aos senadores adversários que compõem a CPI. Ontem, como se estivera tratando com inocentes, o presidente disse em entrevista: “Se houve prevaricação, foi de algum servidor público. Isso não se aplica ao presidente”. Ora, o presidente da República é o servidor público nº 01 do Brasil. E, se ele [Bolsonaro] admite que houve prevaricação, dá a entender que só não lhe atinge porque, em sua “inimputabilidade” de presidente da República, não pode responder por isso, mas que houve, houve. Parece que para Bolsonaro, a merda virou boné e, quanto mais mexem,mais fede.




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