PAULO MARIANO, JOCA E
OS CHEQUES SEM FUNDOS
Paulo Mariano, historiador, escritor e um dos maiores
intelectuais de Princesa, funcionário da CAGEPA – Companhia de Águas e Esgotos
da Paraíba, fazia feira no supermercado de Joca Fernandes. Começou comprando a
dinheiro, depois fiado e pagando mensalmente. Mais adiante, adotou a prática de
comprar com cheques pré-datados do Paraiban (Banco do Estado da Paraíba).
Freguês bom que era, Joca sempre depositou muita confiança nele.
Os primeiros cheques foram compensados normalmente. Com o
passar do tempo, Joca depositava os cheques e, os documentos, retornavam por
insuficiência de fundos. Foram vários, num total que já perfazia alto valor.
Mesmo assim, Paulo continuava fazendo a feira e dando cheques. Joca aceitava
por ser, o escritor, um bom freguês e sem a fama de velhaco.
Certo dia, Paulo Mariano se dirigiu à agência do Paraiban e
solicitou um novo talonário de cheques. O caixa da agência informou que ele
[Paulo], teria de se dirigir ao sub-gerente. Esse cargo era ocupado por
Marçalzinho, muito amigo de Mariano. Na sub-gerência, Paulo teve a informação
de que deveria resgatar vários cheques sem fundos que estavam em poder do
comerciante Joca, para poder ter direito a um novo talonário.
Paulo não se fez de rogado. Partiu imediatamente para o
supermercado de Joca. Lá chegando, disse: Joca,
soma meus cheques aí e me dá o total”. Animado, o comerciante somou tudo e
informou a Paulo o valor. Mariano sacou do bolso a última folha de cheque que
possuía, preencheu, entregou a Joca e pediu os cheques que estavam pendentes.
Pasmo com a ousadia, Joca nem teve tempo de refletir e entregou os documentos
ao freguês.
Dali, Paulo partiu para a agência bancária. Lá chegando,
dirigiu-se logo ao amigo Marçalzinho. Jogou em cima do birô do sub-gerente o
calhamaço de cheques e disse: “E agora,
tenho direito a um novo talão de cheques?”. Marçalzinho questionou: “Pagaste tudo?”. Paulo respondeu: “Nada, bicho. Mandei somar tudo e dei um
cheque só”. Paulo recebeu um novo talonário de cheques, Joca Fernandes, não
vendeu mais a Paulo Mariano e, até hoje, tem esse cheque guardado de lembrança.
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