terça-feira, 17 de agosto de 2021

Bolsonaro chefia um governo de desunião nacional

O país está dividido. Algo jamais visto desde a redemocratização em 1985. De lá para cá, antes de Bolsonaro, foram seis os presidentes que ocuparam a principal cadeira do Palácio do Planalto e nenhum desses (Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma), se comportou como o atual presidente. Não que aqueles não tenham cometido erros. Cometeram sim, e grandes. Porém, nenhum deles sequer tentou desrespeitar os preceitos democráticos, nem desmoralizar as instituições.

Esse governo que está aí, chefiado por um celerado, completamente despreparado – tanto intelectualmente quanto emocionalmente -, está levando o país a uma situação de extremo perigo. Não que temamos uma ruptura do Estado Democrático de Direito. Isso não cabe mais no Brasil. O problema que aflora mais grave é a falta do respeito e da devida harmonia entre os poderes da República. Em promoção disso, o presidente Jair Bolsonaro vive a atear fogo na gasolina num exercício de extrema irresponsabilidade.

Não bastasse o costumeiro e chulo destempero verbal, o chefe da Nação, arvora-se de dono das Forças Armadas para ameaçar os demais poderes; instiga seus devotos a promover desacatos públicos a seus adversários; mente deslavadamente e descumpre promessas como se fora ele o dono da verdade; interfere nas instituições públicas para fustigar seus desafetos. Em que se ampara esse tresloucado? Acha ele que o Exército Brasileiro está disposto a embarcar numa aventura autoritária somente para satisfazer os seus caprichos e os de seus filhos?

Na contramão disso, o que vemos hoje, é a maioria dos governadores assinando manifesto em defesa do Supremo Tribunal Federal, que Bolsonaro ataca de forma descabida e desnecessária; são os presidentes da Câmara Federal e do Senado da República dando declarações em prol da união dos poderes e reafirmando seus compromissos com a ordem democrática. Nas ponderadas palavras do presidente Arthur Lira: “O País precisa de mais trabalho e menos confusão”. De bom alvitre seria que o presidente da República criasse juízo, deixasse de arengar e começasse a trabalhar.




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