O país está dividido. Algo jamais visto desde a
redemocratização em 1985. De lá para cá, antes de Bolsonaro, foram seis os
presidentes que ocuparam a principal cadeira do Palácio do Planalto e nenhum
desses (Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma), se comportou como o atual
presidente. Não que aqueles não tenham cometido erros. Cometeram sim, e
grandes. Porém, nenhum deles sequer tentou desrespeitar os preceitos
democráticos, nem desmoralizar as instituições.
Esse governo que está aí, chefiado por um celerado,
completamente despreparado – tanto intelectualmente quanto emocionalmente -,
está levando o país a uma situação de extremo perigo. Não que temamos uma
ruptura do Estado Democrático de Direito. Isso não cabe mais no Brasil. O
problema que aflora mais grave é a falta do respeito e da devida harmonia entre
os poderes da República. Em promoção disso, o presidente Jair Bolsonaro vive a
atear fogo na gasolina num exercício de extrema irresponsabilidade.
Não bastasse o costumeiro e chulo destempero verbal, o chefe
da Nação, arvora-se de dono das Forças Armadas para ameaçar os demais poderes;
instiga seus devotos a promover desacatos públicos a seus adversários; mente
deslavadamente e descumpre promessas como se fora ele o dono da verdade;
interfere nas instituições públicas para fustigar seus desafetos. Em que se
ampara esse tresloucado? Acha ele que o Exército Brasileiro está disposto a
embarcar numa aventura autoritária somente para satisfazer os seus caprichos e
os de seus filhos?
Na contramão disso, o que vemos hoje, é a maioria dos
governadores assinando manifesto em defesa do Supremo Tribunal Federal, que
Bolsonaro ataca de forma descabida e desnecessária; são os presidentes da
Câmara Federal e do Senado da República dando declarações em prol da união dos
poderes e reafirmando seus compromissos com a ordem democrática. Nas ponderadas
palavras do presidente Arthur Lira: “O
País precisa de mais trabalho e menos confusão”. De bom alvitre seria que o
presidente da República criasse juízo, deixasse de arengar e começasse a
trabalhar.
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