Vavá Bandeira e o
compadre Joaquim Mariano
Vavá Bandeira era um cabôco encartado que sempre gostou de
zonar com todo mundo. Sua cara, seu semblante, por si só, já denotava graça,
fazia rir. Esmorecido por natureza, sempre gostou de levar vantagem,
principalmente sobre os chamados ricos. Casado e pai de vários filhos, Vavá,
sempre procurava um jeito de lograr algum êxito financeiro com isso.
Dessa forma, logo que nasceu seu primeiro filho, Vavá deu
para serem padrinhos, o rico fazendeiro, Joaquim Mariano e sua esposa, dona
Lindaura. Naquele tempo, era prática comum os padrinhos ajudarem seus afilhados
pobres. Somente por conta disso, Joaquim Mariano, logo que se oficializou o
compadrio, comprometeu-se a dar um litro de leite, diariamente, para a
alimentação do afilhado.
Quando o afilhado de Mariano completou dois anos de idade,
veio outro rebento na casa de Vavá Bandeira, uma menina. No dia seguinte ao
nascimento, quando foi buscar o leite, Vavá já comunicou a dona Lindaura que
havia nascido mais um filho e que, este, seria também afilhado do casal. A
velha avisou ao marido, marcaram o batizado e se tornaram então, bi-compadres e
o leite, também passou a ser dobrado.
Com mais dois anos pra frente, nasceu, na casa de Vavá, mais
uma menina. Procedendo da mesma forma, Vavá Bandeira acorreu à casa do compadre
e já avisou: “Compadre Joaquim, nasceu
mais uma menina lá em casa e, como não pode deixar de ser, o senhor e a
comadre, serão os padrinhos”. Joaquim Mariano levantou-se da cadeira de
balança em que estava sentado e disse: “Não
compadre, dois já tá bom demais!. Vai ser uma vaca só pra dar leite pros teus
meninos? Desse jeito não tem quem aguente”.
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