Chico de Amélia e a
sogra
Chico de Amélia era um caminhoneiro de Princesa que percorria
todo o Brasil dirigindo uma carreta. Quando tocava de sorte estar de folga num
fim-de-semana, reunia a família, botava dentro de seu chevete e ia passear e
tomar umas lapadas de cachaça. Certa vez, logo que foi instituído o bafômetro
(aparelho usado para medir o grau de embriaguez dos motoristas), Chico saiu com
a família, inclusive sua sogra, dona Tereza.
Depois de haver tomado umas cervejas e algumas doses de cana,
Chico já se dirigia para casa quando, nas imediações do Açude Novo, mais ou
menos às seis horas da noite, a polícia fazia uma blitz e parou seu carro. O policial pediu os documentos do carro (o
que estava tudo em ordem) e perguntou se o motorista havia bebido. Chico
respondeu:
- Bebi não.
- Mas, o senhor vinha dirigindo a 130 quilômetros por hora.
Disse o policial
- Que nada, rapaz, eu vinha a menos de oitenta.
Lá de dentro, a sogra de Chico disse:
- Vinha correndo muito mesmo. Era mais de 100.
Chico desmentiu dona Tereza, e o policial continuou:
- Tem mais, a lanterna lateral do carro tá quebrada.
Com ares de surpresa, Chico disse:
- Oxente, sabia não.
De novo a véia escangotou o pescoço e afirmou:
- Ôxe, faz tempo que essa lanterna não acende.
Já muito irritado, Chico virou-se para a sogra e gritou:
- Cala a boca, mocréia!
Vendo isso, o policial perguntou à velha:
- Ele grita sempre com a senhora?
A véia respondeu na lata:
- Não “seu” zé, somente quando está bêbado.
* Essa estória é da lavra do comerciante Joca Fernandes.
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