quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Reverendo Amilton: o abridor de portas em Brasília

A retomada dos trabalhos da CPI da Covid-19, trouxe como seu primeiro depoente, o “terrivelmente” evangélico, Amilton Gomes de Paula. Autointitulado “reverendo”, o pastor, que é presidente de uma entidade particular, de nome esquisito - que, segundo ele, se propõe a promover a paz e o bem-estar social pelo mundo todo -, em seu depoimento, mentiu descaradamente e omitiu claramente o nome do (s) figurão (ões) a quem tenta acobertar.

Perguntado sobre suas gestões, na qualidade de atravessador, para a aquisição de 400 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, o reverendo afirmou que iniciou suas negociações com o próprio Ministério da Saúde, quando enviou um e-mail e, mesmo sem obter resposta, dirigiu-se àquele órgão de saúde e foi prontamente atendido, começando aí as negociações. Perguntado por que se meteu nisso, Amilton respondeu que foi em prol do combate à pandemia do coronavírus.

 Diante desse altruísmo “despretensioso”, os senadores começaram a desmascarar sua reverendíssima. Primeiro pelo fato de que ninguém consegue uma audiência num órgão público do quilate do Ministério da Saúde, sem antes agendar ou ter um forte padrinho político que viabilize isso. Segundo, porque o pastor nunca mexeu com o negócio de medicamentos e não tinha uma dose de vacina sequer para vender.

Mesmo diante das provas sobre seus contatos com pessoas influentes, negou todos os contatos que teve com autoridades da área da saúde, inclusive com a primeira-dama, Michele Bolsonaro. Diante da comprovação de que fez contatos com figurões da República, respondeu, simplesmente, que tudo isso foram bravatas para demonstrar um prestígio que não tinha.

Em face, desse patético depoimento, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, deu uma chamada federal no evangélico. Afirmou ser, Amilton, um mentiroso e que estava com vergonha alheia pelo descaramento do pastor, acrescentando que isso recomendava muito mal para um homem que se diz pregador da palavra de Deus. Disse ainda, Aziz, que o ministério religioso de Amilton caiu em descrédito porque, em nome de Deus, ele contribuiu para a morte de mais de 550 mil pessoas. Por fim, restou a sua reverendíssima, um copioso choro que não comoveu nem aos senadores da tropa de choque do presidente Bolsonaro. Amém, aleluia!




Nenhum comentário:

Postar um comentário