quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Encerrada a CPI da Covid, Relatório será apresentado hoje

Depois de 6 meses de duração, quase sessenta sessões e outros tantos depoimentos, a CPI da Covid-19 foi encerrada ontem e, hoje, tem seu Relatório apresentado pelo relator, senador Renan Calheiros. São mais de 1.200 páginas em que se relatam, desde o negacionismo do Governo Federal quanto aos protocolos científicos para o enfrentamento da pandemia, até as denúncias de corrupção na aquisição de vacinas.

A pandemia, que ceifou mais de 600 mil vidas, se constituindo na maior tragédia nacional de todos os tempos, em alguns casos, funcionou como um lenitivo para os bolsos de políticos corruptos e ladrões. Em todo o Brasil grassam denúncias de desvio dos dinheiros destinados ao combate à pandemia. Só no Nordeste, foram mais de 48 milhões de reais gastos com a compra de respiradores, que nunca foram entregues.

Até em Princesa botaram a mão na cumbuca. Aqui, o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, está com seus bens bloqueados pela Justiça (já em segunda Instância), pela acusação do desvio de mais de 268 mil reais em superfaturamento na compra de testes-rápidos e máscaras protetivas. Investigado pelo Ministério Público Federal, Nascimento terá de justificar o fato de haver comprado esses insumos, numa empresa que vende materiais de construções.

Voltando à CPI da Covid, o presidente Bolsonaro, de acordo com a minuta do Relatório, apresentada ontem, pelo Jornal Nacional, será indiciado por mais de sete supostos crimes, cometidos durante a pandemia. Desde a recusa quanto à compra de vacinas, à incitação de aglomerações, até a denúncias de corrupção na aquisição do imunizante covaxin, sem falar nas imputações de prevaricação na condução das ações que deveriam ser combativas à pandemia, e a recomendação do uso de medicamentos ineficazes.

Ainda com relação ao presidente da República, aos seus filhos e a algumas autoridades – indiciados no Relatório -, a responsabilidade de investigação será da Procuradoria Geral da República. No tocante às suspeitas de improbidade administrativa do prefeito de Princesa, caberá ao Ministério Público Federal a apuração, e a possível punição. Lastimável é que, a Câmara Municipal, ajoelhada aos pés do prefeito, não tenha tomado providências quanto ao possível desvio do dinheiro público e o consequente prejuízo financeiro, quiçá, de vidas.




 

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