João Fernandes e as
coisas que sua mulher não queria mais
Casado ainda em primeiras núpcias e já com quase 40 anos de
convivência com sua esposa, dona Edite, João Fernandes, que sempre foi um
garanhão, estava desiludido e desgostoso com o casamento. Vivia a reclamar com
os amigos, dizendo que sua mulher – mesmo sendo séria -, o rejeitava na cama.
Reclamava que todo dia ela vinha com uma desculpa. Quando não era dor de
cabeça, era insônia, pois, esperava o velho roncar para poder se deitar.
Conjunção carnal? Somente uma ou duas vezes por mês. João estava transtornado.
Certa noite, dona Edite aprontou-se toda e disse:
- João, tu num vai pra missa não?
Fernandes, com ar de preguiça, respondeu:
- Vou não, Edite, hoje não. Reze por mim.
A mulher, resignada, foi sozinha para a Igreja e deixou o
marido, sentado numa cadeira na calçada da casa, a fumar o seu cigarro.
Sozinho, de repente, João Fernandes viu se aproximar uma moça
de seus 20 anos de idade. Chegando próxima a ele, a jovem perguntou:
- O senhor me dá um cigarro?
Animado com aquela surpreendente presença, Fernandes
respondeu sorrindo:
- Claro, minha filha – e estirou a mão lhe entregando o
cigarro.
A moça pegou a droga e perguntou se ele poderia acendê-la. O
velho, matreiro, respondeu que o fósforo estava lá dentro de casa e convidou a
menina para adentrar à casa. Chegando à cozinha, perguntou se ela queria um
cafezinho. A jovem aceitou e, sentada à mesa, tomou o café, acendeu o cigarro e
começaram a conversar.
Para encurtar a história, quando deram fé, estavam os dois,
deitados na cama de dona Edite. Completamente embevecido com aquela maravilhosa
presença, João Fernandes se esqueceu de fechar a porta da sala. Esquecido também
das horas, e já acariciando a menina, de repente, a desagradável surpresa: a
velha apareceu na porta do quarto:
- O que é isso, João! Toma vergonha! Tenha respeito!
Atordoado, mesmo assim, o velho reagiu:
- Calma, Edite, não é o que você está pensando não – e foi se
sentando na beira da cama.
- E o que é então, João? – Inquiriu a esposa.
Fernandes, já recomposto, começou a explicar:
- Olha, Edite, esta moça ia passando em frente daqui de casa,
a pobrezinha, descalça e com fome e eu a chamei para entrar. Fui no teu
guarda-roupa e, sabe aquela chinela velha que tu não quer mais? Dei a ela.
Tirei um resto de comida da geladeira, aquela que tu também não quer mais e dei
de comer a ela. Agora, estava ajeitando para dar a ela aquilo que tu não quer
mais. Mas tu chegou...
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