Depois de 175 dias de trabalhos, a CPI da Covid editou ontem
seu último capítulo. A 69ª Sessão daquela Comissão Parlamentar de Inquérito se
reuniu, nesse dia 26/10 para apreciar e votar o Relatório elaborado pelo
senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o que foi aprovado por sete votos contra
quatro. Votaram a favor do Relatório os senadores: Omar Aziz, Renan Calheiros,
Randolfe Rodrigues, Humberto Costa, Tasso Jereissati, Otto Alencar e Eduardo
Braga. Contrários, votaram os senadores: Marcos Rogério, Eduardo Girão, Luís
Carlos Heinze e Jorginho Melo.
No corpo do Relatório, constam 80 indiciados, sendo 78
pessoas e duas empresas. As principais imputações de crimes são dirigidas ao
presidente da República (09), Jair Messias Bolsonaro, por prevaricação, crime
de responsabilidade, charlatanismo, dentre outros. Segundo o vice-presidente da
CPI, Randolfe Rodrigues, a Comissão promoveu a vacinação e desmontou um balcão
de negociações escusas e de corrupção. Na fala do relator, Renan Calheiros, a
CPI “desacelerou o relógio da morte acionado pelo governo federal”, e concluiu
dizendo que: “há um homicida homiziado no Palácio do Planalto”.
Ontem à noite foi registrado, pelo Consórcio Nacional de
Imprensa, um consolidado de 606.293 mortes por Covid-19. De acordo com o
Relatório aprovado, grande parte desses óbitos foram provocados pela inação ou
pela ação nefasta do governo comandado por Jair Bolsonaro, quando adotou
comportamento negacionista, recusou-se a comprar vacinas, promoveu
aglomerações, ridicularizou e desdenhou o uso de máscaras, negou a gravidade da
doença e defendeu o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes.
O próximo passo será a entrega do documento à Procuradoria
Geral da República e sua distribuição por vários órgãos de Justiça, nacionais e
internacionais. A cúpula da CPI afirmou também, que os trabalhos da Comissão
não cessam com a votação do Relatório, mas que estarão vigilantes quanto às
providências dos órgãos competentes, que deverão apurar os crimes ali
consignados. Em contundente discurso o senador Randolfe Rodrigues disse que os
trabalhos da CPI desvendaram o maior crime sanitário já ocorrido no Brasil e
que, a CPI “tirou o Brasil do cercadinho e botou o negacionismo no cercadinho”.
Resta agora, aguardar o desenrolar dos fatos.
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