sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Auxílio Brasil ou Auxílio Eleitoral?

Após todo tipo de negociações que desprezaram todas e quaisquer ideologias, o governo Bolsonaro conseguiu, anteontem – a duras penas e por margem ínfima -, aprovar a famigerada PEC dos Precatórios. Por 312 votos a 144, deputados de todas as nuances aprovaram, em primeiro turno, a Emenda Constitucional que, sob o pretexto de conceder uma ajuda de R$ 400 aos miseráveis - através do programa social agora batizado de “Auxílio Brasil”-, permitirá também um ataque ao teto de gastos do governo e, de quebra, destinará algo em torno de 10 bilhões de reais para rateio, a título de emendas, entre os deputados que se submeteram à vontade do Planalto.

A aprovação desse projeto já tem repercussão negativa nos meios políticos e econômicos. Na política, o presidenciável, Ciro Gomes, ao ver que mais da metade da bancada do seu partido, o PDT, votou favorável a essa medida casuística, retirou sua pré-candidatura à presidência da República até ulterior deliberação da bancada. Na economia, os efeitos já são observados quando o dólar sobe e a bolsa cai motivados pela preocupação com a quebra da principal regra de responsabilidade fiscal que é o teto de gastos. Na verdade, mascarada de auxílio às famílias abaixo da linha da pobreza, essa PEC é mesmo um auxílio eleitoral para viabilizar a reeleição de Jair Bolsonaro.



 

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