“MIMOSO”. Assim era chamado o Boi que
o então prefeito Antônio Maia comprou, em 1961, para puxar uma carroça que
recolhia o lixo das ruas de Princesa. O quadrúpede ruminante era um animal de
grande porte, de cor avermelhada e portador de grandes e angulosos chifres.
Comandado pelo funcionário público, Antônio Ribeiro, mais conhecido como “Seu
Ontôin da Carroça” - que puxava o animal por uma corda -, Calunga era manso,
vagaroso, eficiente e muito disciplinado em sua faina diária. A coleta do lixo,
naquele tempo, necessitava apenas do trabalho desses dois servidores públicos:
“seu” Antônio e o Boi. O primeiro varria e recolhia e, o segundo, transportava
o lixo. Era tão pequenina a cidade que os dois realizavam suas tarefas diárias
com muita facilidade e eficiência. Eu mesmo conheci ainda “seu” Antônio, a
Carroça e o Boi. Mimoso, após o estafante trabalho do dia era recolhido à
noite a um curral existente no quintal do Açougue Público Municipal onde era
abastecido de farta ração e água. Certa noite, no final da década de 1970, um
bêbado corrido da polícia, pulou o muro do curral e, assustado com a reação
defensiva de Mimoso, o esfaqueou quase o matando. O Boi do Lixo foi tratado
por doutor Zezito Sérgio e muito bem assistido, escapou. Em 1978, temeroso pela
saúde daquele Patrimônio Público de Princesa e cuidadoso com aquele já idoso
“servidor público”, o então prefeito Batinho, comprou um caminhão basculante
(caçamba) para substituir Mimoso no recolhimento do lixo da cidade e, por sua
determinação “aposentou” o ruminante público que passou a viver de “flozô” em
seu curral, até os últimos dias de sua vida, sem ser incomodado por ninguém. Mimoso morreu em 1983, já na administração de Gonzaga Bento.
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