quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

“Centrão” apoia Bolsonaro em Brasília, mas nos Estados a coisa é diferente

Filiado ao PL com a promessa de contar com o partido em todas as instâncias, o presidente Jair Bolsonaro deu com os burros n’água. O pragmatismo dos caciques do velho “centrão” passaram-lhe a perna. No estado de São Paulo, prefeitos do PP já disseram que não largam o osso do governador João Dória e apoiarão, para o governo do Estado, o vice-governador Rodrigo Garcia. Enquanto isso, o candidato da preferência do presidente é o seu ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas.

Na Bahia, o mesmo PP já se senta à mesa em negociações para continuar aliado ao PT e apoiar a candidatura do senador Jaques Wagner ao governo daquele Estado. No Piauí, a mesma edição, na Paraíba, idem. Diante desse quadro adverso, a coisa se complica ainda mais quando deputados e senadores do “centrão” assistem ao derretimento da popularidade do presidente e já arrumam as malas para abandonar a rural bolsonarista. O “centrão” é assim.

Pelas rebarbas, alguns próceres do PL, PP e Republicanos tentam convencer Bolsonaro a mudar o discurso, esquecer esse viés negacionista (o que impressiona e satisfaz ínfima parcela do eleitorado) e adotar postura menos radical e mais sintonizada com a maioria do eleitorado, mas não. O presidente insiste em pregar para seus devotos, uma minoria radical o que aumenta, a cada dia, o seu desgaste político junto à maioria do eleitorado.

A baixa popularidade apurada pelas recentes pesquisas de intenções de votos, se exacerba agora quando Jair Bolsonaro, reverberado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se posicionam, ambos, contrários à vacinação de crianças até 11 anos (o que é o desejo da maioria dos pais), alegando o risco de efeitos colaterais graves e amparados na desculpa dos pouquíssimos óbitos de menores pela covid-19. Ou seja, é quase uma intenção de que devemos esperar que as crianças comecem a morrer para podermos começar a vaciná-las?



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