segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PEDRO ANDRÉ DE LIMA


PEDRO ANDRÉ DE LIMA nasceu no Sítio Várzea, município de Princesa, em 19 de agosto de 1913. Era filho de Manoel André de Araújo e de dona Maria Águida do Espírito Santo. Em 1947, casou-se com dona Rosa Maria de Lima com quem teve 16 filhos, porém, só vingou uma menina de nome Maria de Fátima. Viúvo, em 1963 contraiu segundas núpcias com dona Eva Lopes de Lima. Deste segundo casamento nasceram cinco filhos, destes, quatro sobreviveram: Manoel; Maria do Socorro; Joseane e Francisco de Assis.

Pedro André ficou órfão de pai com apenas 09 anos de idade e, na qualidade de filho mais velho teve que trabalhar para ajudar a mãe no sustento da família. Mesmo assim, conseguiu conciliar a labuta diária na roça com os estudos. Interessado em alfabetizar-se, foi em frente e conseguiu concluir o curso primário (equivalente hoje à 1ª fase do ensino fundamental). Além de interessado pelos estudos, tinha também grande aptidão para as letras e logo assimilou excelente aprendizado do português, sendo também exímio no fazimento de contas. Em face dessa capacidade adquirida na escola, somado à sua inata curiosidade, logo se tornou professor particular no Sítio onde nasceu. Começou aí o seu contributo àquela comunidade (Várzea) da qual nunca se apartou.


CASA COMERCIAL DE PEDRO ANDRÉ NO SÍTIO VÁRZEA

 


A seca e o comerciante

Em 1932, quando Pedro André tinha apenas 19 anos de idade, abateu-se sobre o Nordeste uma das secas mais rigorosas de que se tem notícia na história do semiárido brasileiro. Por força dessa estiagem, o nosso biografado teve de sair de sua rotina intelectual e de trabalhos normais, para sair em busca de serviço para prover o sustento de sua mãe e de seus irmãos. Foi para a cidade de Patos/PB onde se alistou numa “Frente de Emergência” (grupo de trabalhadores braçais, providos pelo Governo, para a execução de pequenas obras públicas) e foi dali designado para trabalhar nos municípios de Piancó/PB e de Catingueira, também na Paraíba.

Desse trabalho pesado, construindo estradas, barreiros de açudes, recebia algum dinheiro, retirando um pouco para o seu sustento e trazendo a maior parte para a casa de sua mãe na Várzea. Para tanto, muitas vezes fez o percurso, dessas cidades até sua terra, a pés. Nesse périplo em busca do sustento da família, chegou a trabalhar em Campina Grande. Porém, dali não vinha caminhando a pés, mas sim em caronas proporcionadas pelo caminhão do alto comerciante princesense, Sebastião Medeiros. Nessas viagens em que, como vimos, conheceu o dono da “Casa Estrêla” (maior empório comercial da região polarizada por Princesa), logo fez amizade com Sebastião Medeiros que sempre viajava a Campina Grande com a finalidade de fazer compras para seu estabelecimento comercial.

Finda a seca, já nos anos 40, estimulado pelo sucesso comercial de Sebastião, Pedro resolveu entrar no ramo dos negócios. Começou timidamente vendendo rapaduras na feira de Princesa. Fruto de sua organização e tino comercial, em pouco tempo o negócio foi prosperando e logo, André, comprou uma casinha na Várzea e estabeleceu ali uma pequena bodega onde vendia, além das rapaduras, querosene, feijão, milho, café, fumo de rolo, dentre outros produtos. Amigo de Sebastião Medeiros tornou-se também seu freguês na compra de suprimentos para seu pequeno estabelecimento comercial.

Nos anos 50, já casado com Rosa, seu comércio não parava de crescer. Para atender à demanda dos muitos fregueses, ampliou o espaço físico, contratou mais empregados e passou a comprar mercadorias não mais a Sebastião Medeiros, mas, direto no Recife. Nessa época, sua antiga bodega sofisticou-se e virou um empório onde se vendia quase tudo. Além do milho, feijão, algodão e mamona, negociava também: linhas, botões, fitas, rendas, bicos bordados, agulhas e até tecidos finos e de algodão.

Prosperidade e filantropia

Nos anos 60, Pedro André, já era tido como um homem rico. Além de comerciante, era também criador de gado e grande agricultor. Seu estabelecimento comercial - o único daquele porte sediado num Sítio - era referência em qualidade, diversidade de produtos e volume de vendas. Já casado com Eva e muito católico, o nosso biografado levava uma vida tranquila e por isso, começou a dedicar-se com mais assiduidade às coisas da religião. Ia à missa todos os dias, quando fazia, a pés, o percurso da Várzea para Princesa. Na igreja, ajudava aos padres nas celebrações. Membro da “Conferência de São Vicente de Paulo”, Pedro exercitava na íntegra os ensinamentos daquela associação quando não se furtava em ajudar aos mais necessitados. No mais das vezes, comprava pães e saía distribuindo pelas casas dos mais necessitados.

Além de “Vicentino” Pedro André era também pertencente à Ordem Francisca Secular e ao Apostolado da Oração. Amigo dos padres, ele sempre os acompanhava em suas missões sacerdotais nos povoados que pertenciam a Princesa: Cachoeira de Minas, Patos de Irerê, São José, etc. Por conta disso, desenvolveu laços de amizade com vários dos frades da Ordem Carmelita que aqui exerceram seu ministério, a exemplo de frei Casanova; frei Manoel Carneiro Leão; frei Anscário Hillebrand; frei Carmelo; frei Alberto Carneiro Leão; frei Anastácio Palmeira, dentre outros. Em face dessa amizade, sempre solicitava dos padres o obséquio de prestarem assistência espiritual aos doentes que conhecia, quando os levava para receber a confissão e ministrar a eucaristia àqueles que não podiam se locomover. O mesmo afã teve, Pedro, quanto à arrecadação de contribuições para viabilizar a construção da nova igreja Matriz de Princesa no final dos anos 60. Amigo do médico doutor Severiano, ia também, Pedro André, quando necessário, buscá-lo em Triunfo/PE para receitar os pobres necessitados do Sítio Várzea e adjacências. Era um filantropo, que praticava a religião em sua essência e cultivava o prazer de servir a todos, de forma indiscriminada.  

O Brincalhão

Em que pese sua vocação para o altruísmo e a consequente caridade, Pedro André definia bem as coisas quando dizia: “Caridade é caridade e negócio é negócio”. Quando decidido a ajudar, não media esforços. Porém, quando vendia fiado em seu estabelecimento comercial, não perdoava as dívidas dos velhacos. Em sua bodega estava sempre de bom humor e gostava de tirar brincadeiras com todos. Certo dia, um freguês, muito bom pagador e pai de família numerosa, devido à crise financeira por que passava, demorou a pagar sua dívida e, depois de certo tempo, chegou pedindo sua conta. Porém, depois de tanto tempo de atraso, Pedro não conseguia encontrar o caderno em que estava anotado o débito. Procurava e não encontrava. Vendo isso, o freguês, já animado, disse: “Esse velho parece que já está doido ou caducando”. Pedro parou de procurar o caderno, virou-se para o “velhaco” e respondeu: Doido ou caduco, eu estava no dia em que te vendi fiado!”. Doutra feita, um outro freguês que já o havia enganado uma vez, apareceu na bodega, pensando que Pedro se havia esquecido do débito e solicitou fazer uma feirinha fiado. De chofre, o comerciante disse: “Vendo não!”. O freguês insistiu: “Mas, “seu” Pedro, tão conhecido que sou, o senhor não vai me vender?”. Sem dar maior atenção, André respondeu: “És muito conhecido por velhaco, por isso não vendo. Pensas que estou esquecido?”.

Nominandista empedernido

Além das atividades comerciais e religiosas, Pedro gostava também de politica. Não da politicagem baixa, mas, da política partidária. Era correligionário inquestionável da família Nominando Diniz. Nunca se apartou do Partido de “seu” Mano. Era tão fiel que contam sobre ele uma história engraçada. Dizem que, certo dia, ia Pedro André, a pés, da Várzea para Princesa. Ouvindo a zoada de um carro que vinha na mesma direção, olhou para trás e, reconhecendo ser aquele veículo, o jipe de Gonzaga Bento, entrou na capoeira para que não fosse obrigado a aceitar uma carona de um adversário político. Dizem os mais velhos, que essa estória era contada pelo próprio Gonzaga Bento, que o fazia às gargalhadas quando acrescentava ser Pedro André, apesar de seu adversário político, um grande amigo.

Falar em amigos, Pedro André tinha muitos e fieis amigos, a exemplo de João Brandão; Luís Antas; Manoel Andrelino; João Mandu, dentre outros. A opção de rememorar a vida desse princesense atem-se ao inusitado que foi a sua longa existência. Um homem pobre, advindo da Zona Rural e que nela própria construiu seu sucesso quando ali se fez líder, merece esta homenagem pelo muito que representou na qualidade de self made man que protagonizou sua saga de vida. Por tudo isso, está Pedro André de Lima, entronizado na galeria dos princesenses ilustres.






domingo, 27 de fevereiro de 2022

E a Câmara Municipal...?

Circulando ontem (26), pelas ruas da cidade, fui questionado mais de uma vez por populares, que cobravam a minha presença no rádio para dar explicações sobre os últimos acontecimentos na política de Princesa. Tive de explicar bem direitinho que não tenho vez nem voz na principal emissora de rádio da cidade, e também que não é minha essa obrigação. É certo que o povo tem razão quando cobra isso, uma vez que o canal competente para tanto, a Câmara de Vereadores, se faz completamente omisso.

A rigor, faz-se necessário dizer que o Poder Legislativo de Princesa é composto por cidadãos e cidadãs que estão ali para representar, legitimamente, o povo. Naquela Casa de Leis não há nenhum nomeado, todos foram eleitos pelo voto popular, no entanto, o que se vê são vereadores que mais representam o prefeito do que os que os elegeram. Até o presente momento, diante de tantos escândalos que mancham a dignidade do nosso município, o que vemos é a tibieza dos vereadores.

Ajoelhados e de cabeças baixas, os nossos edis mirins, sequer se manifestam sobre a “visita” da Polícia Federal à casa do prefeito e à Prefeitura; nada dizem sobre o processo que corre e que, segundo informações de advogados experientes, podem cassar o mandato do senhor Ricardo Pereira do Nascimento. Emudecidos por várias conveniências, dentre elas a de não desagradar ao prefeito, fazem como bem disse o vice-prefeito, Zé Casusa: “batem palminhas”.

É lamentável tal situação, quando lembramos de haver sido a Câmara Municipal de Princesa, em tempos recentes, a Casa em reverberavam todos os assuntos do interesse do povo. Havia oposição ao poder constituído e os vereadores aliados do prefeito faziam proposituras em prol da sociedade, convocavam Audiências Públicas para discutir os problemas do município, enfim, cumpriam seu papel. Hoje não. O que vemos são retaliações a quem os critica em seu marasmo legislativo.

Hoje, o que me cabe é protestar como cidadão e eleitor. Ainda bem que tenho este espaço democrático para fazê-lo, com o benefício de já estar vacinado para tanto, pois, já recebi a pena máxima daquela Câmara Municipal quando fui contemplado com o título de persona non grata – o que conservo, com muito orgulho, num quadro dependurado numa das paredes de minha biblioteca – por ter criticado pelo que eles e elas não fazem. O problema é que lá, sob as ordens de Nascimento, ajoelhou tem de rezar. Amém.






DOMINGUEIRAS XCVII

. Por ocasião da filiação do governador João Azevedo ao PSB, a foto acima foi a mais vista no estado da Paraíba. Da esquerda para a direita: João Campos (prefeito do Recife), Paulo Câmara (governador de Pernambuco), Alan Moura (ex-vereador de Princesa), João Azevedo (governador da Paraíba), Ricardo Barbosa (deputado estadual) e Carlos Siqueira (presidente nacional do PSB).

. Em contrapartida, a menos vista foi essa em que estão retratados o nosso gauleiter e sua turma.

. Dos 10 Estados Nota 1000 no ENEM, 7 são do Nordeste. Isso demonstra que o “Sul Maravilha” não é tão “maravilha” assim e que o nosso Nordeste sabe ler.

. Nascimento afirmou, com veemência, que seu mandato só termina em 31 de dezembro de 2024. Se tivesse tanta certeza disso não precisava dizer com tanto “Foco, Força e Fé”.

. Em Moscou, o bozo se comparou ao imperador Dom Pedro II (este foi o primeiro governante brasileiro a visitar a Rússia, em 1876). Faz-se ridícula essa comparação, afinal, Pedro foi o maior estadista do Brasil e Jair, o maior negacionista.

. Falar em Dom Pedro II faz lembrar que foi ele o idealizador de dois projetos gigantes para o Brasil: A transferência da Capital Federal para o Planalto Central e a Transposição do Rio São Francisco. Juscelino Kubitschek fez Brasília e Lula realizou a transposição do São Francisco.

. Falar nisso, tem nego gozando no p... dos outros. Enquanto Lula realizou 90% da Transposição do São Francisco, o bozo inaugura os 10% restantes com estardalhaço como se fora o pai da criança.

. Não dá para entender: o presidente Jair Bolsonaro vive às turras com os que ele chama de “comunistas” e se solidariza com a Rússia de Vladimir Putin pela briga com a Ucrânia, alinhando-se com Venezuela, Cuba, China, Coréia do Norte, Noruega, etc.

. Das 5 regiões brasileiras, Jair Bolsonaro só pontua positivamente, nas pesquisas eleitorais, na Região Centro-Oeste e empata no Sul. Nas demais (N, NE e SE), perde em todas.

. O prefeito Nascimento disse, num áudio que circulou pelas redes sociais, que quer olhar nos olhos do radialista Eudo Nicolau. Eita gota!

. Depois de ver o evento de lançamento da pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rego ao governo do Estado, um jornalista de João Pessoa me telefonou dizendo que: “Vené tá roubado, seu palanque só tinha “nota de duas cabeças’”. Vôte!

. Quando Lula era presidente da República, o PIB do Brasil era o 6º do mundo. Hoje, é o 12º e Bolsonaro é 44º presidente do Brasil.

. Os deputados da bancada evangélica, na Câmara de Deputados, se uniram aos deputados do PT, PSOL, PCdoB e PSTU para votarem contra o reestabelecimento dos jogos de azar no Brasil. Isso combina bem com eles todos: hipócritas.






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sábado, 26 de fevereiro de 2022

SABÁTICAS

🛑 Em sua recente viagem à Rússia, o presidente Jair Bolsonaro declarou, em Moscou, solidariedade ao presidente Vladimir Putin quanto ao então possível conflito daquele país com a Ucrânia.

🛑 De volta ao Brasil e com a deflagração da guerra na madrugada da última quinta-feira (24), na contramão da “solidariedade” do presidente, o Itamaraty divulgou Nota recomendando a paz e, o embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, faz discurso exigindo que a Rússia respeite as leis internacionais. O bozo é mesmo um macaco em loja de louças.

🛑 Com a declaração de solidariedade de Bolsonaro, cai por terra seu discurso anticomunista quando sabemos que as únicas nações que se alinham à Rússia, neste momento, são: Cuba, Venezuela, Nicarágua, China, Coréia do Norte, dentre outras poucas, todas comunistas ou simpatizantes.

🛑 Falar em Bolsonaro, o pré-candidato Ciro Gomes reafirmou, ontem, em entrevista televisiva, que Jair Bolsonaro “é ladrão de gasolina”. Ciro justificou dizendo que, enquanto seu gabinete (quando era deputado federal) gastava R$ 600 com o combustível, o de Bolsonaro, para o mesmo fim, dispendia a bagatela de R$ 12 mil.

🛑 Pela primeira vez na história de uma viagem presidencial brasileira, fez parte da comitiva um vereador: o filho nº 2 de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro acompanhado de assessores e tudo. É isso mesmo, atirando com pólvora alheia se mata até sibito.

🛑 Na verdade, essa farra com o dinheiro público já se fez ver no final do ano passado. Em férias nas praias de Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro gastou R$ 900 mil. A rigor, o rebento presidencial não está roubando, mas herdando.

🛑 Causou profundo mal-estar a fala da deputada Estela Bezerra, quando afirmou - em discurso durante o lançamento da pré-candidatura do senador Veneziano Vital ao governo do Estado – que os ex-prefeitos, Ricardo Coutinho (JP) e Veneziano (CG) foram prefeitos “transgressores”. Luciano Cartaxo – presente ao evento – agradeceu a omissão ao seu nome.

🛑 O ex-governador Pedro Gondim, que foi agraciado com uma placa lhe nominando de “Pedro Gordin”, é nada mais nada menos do que o avô de Veneziano Vital do rego, que é parceiro do prefeito Nascimento. Imaginem se fosse adversário.

🛑 O “letrado” secretário de Infraestrutura gravou um vídeo dando conta de que a culpa da buraqueira nas ruas da cidade, é do “solo argiloso”, mas que o município já está resolvendo o problema. Ah, sendo do solo argiloso...

🛑 Presente no evento de filiação do governador João Azevedo ao PSB, o prefeito de Princesa foi tratado como quem está com uma doença contagiosa. Até para tirar retrato com ele, seus parceiros deram trabalho. Nascimento tá igual a carne de porco em hospital.

🛑🤝Os abraços de hoje, vão para: Odon Teixeira, Cláudio Oliveira, Rogal e Eliberia, Nildo Almeida, Francinaldo Aniceto, Allysson Leandro, Maria Hilma Medeiros, Fátima Mariano, Cema Oliveira, Geraldina Maia, Doutor Dedé, Thiago Vaqueiro, Rosário Barros, Moça Caetano, Riso Alexandre, Rina Lorena, Socorro Rodrigues, Socorro Magalhães, Denise Santos, Darvina Galdino, Lau e Dêda, Gil e Auricélia, Bruno e Carol, Dido Antas e Erenilson Bezerra.









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Piadas Rápidas

I

Joca Fernandes é comerciante bem-sucedido em Princesa, gosta de ler e sempre foi muito aplicado em suas atividades. Quando criança, estudante no Grupo Escolar “Gama e Melo”, certo dia, ao chegar à sala de aulas, foi logo dizendo à sua professora, dona Aretuza Marrocos:

- Professora, eu tenho um recado de papai para a senhora.

- O que foi que João Fernandes mandou dizer, meu filho?

Joca pôs-se de pé e desfiou:

- Papai me disse que se as minhas notas não melhorarem, alguém vai apanhar.

 

II

Um figurão da política, em conversa com amigos, cheio de orgulho, disse:

- Meu pai quer que eu faça o curso de direito para ser advogado.

Um dos amigos que estava a seu lado exultou dizendo:

- Que bom, vais seguir a profissão do velho?

O figurão respondeu:

- Não, ele quer que eu tire ele da cadeia.

 






 

ALOYSIO PEREIRA X ANTÔNIO NOMINANDO


Como é por todos sabido, as famílias Diniz e Pereira, desde 1930 são antagônicas na política princesense. Antônio Nominando Diniz e Aloysio Pereira Lima, ambos foram deputados estaduais por várias legislaturas e, via de regra, nas campanhas eleitorais se digladiavam nos palanques quando pronunciavam discursos contundentes e ofensivos, um ao outro. Porém, quando as conveniências políticas o exigiam, os dois se postavam lado-a-lado em defesa de uma candidatura comum. Isso aconteceu em 1950 (Zé Américo), 1972 (Chico Sobreira), 1982 (Wilson Braga), 1989 (Fernando Collor), 1994 e 1998 (Zé Maranhão).

Em 1982, por ocasião da campanha eleitoral de Wilson Braga para governador contra Antônio Mariz, Aloysio e Nominando apoiaram, conjuntamente, o nome de Wilson Braga. Dessa estranha união, extraímos a história que narramos aqui, o que consideramos engraçada pelo inusitado que ela encerra.

Sem apoio algum em Princesa, o grupo do PMDB, liderado pelo ex-governador João Agripino, procurou Paulo Mariano para que este emprestasse apoio à candidatura de Antônio Mariz ao governo do Estado. Paulo aceitou e marcou um comício em Princesa. Escolheram o dia de sábado para a realização do evento cívico, pois, sem o apoio das duas grandes forças políticas de Princesa e temerosos de que houvesse pouca participação popular, fizeram o comício no meio da feira, na Praça “José Nominando Diniz”, portanto, em frente à casa de residência da família Nominando.

Participaram, além do candidato Antônio Mariz, seu vice José Maranhão, o ex-governador João Agripino, Paulo Mariano, Beto Patriota e outros próceres da campanha marizista. Em sua fala, João Agripino discursou - em desafio à família Diniz – dizendo achar muito estranho que Nominando, junto aos “Pereira”, estivesse apoiando Wilson Braga, e bateu forte: “Nominando deveria ter vergonha de estar no mesmo palanque com Aloysio Pereira, deveria honrar as calças que veste e ter coragem de tomar uma posição”. De portas fechadas, doutor Antônio fez ouvidos moucos a essa provocação. Porém, Aloysio, tomou suas dores e, num comício realizado três dias depois no Sítio Várzea, discursou assim: “Não admito que forasteiros venham a Princesa para denegrir a imagem de um conterrâneo digno. Registro aqui o meu veemente protesto!”.

Causou estranheza a todos essa defesa de Aloysio em prol de Nominando, uma vez que ambos já haviam trazido vários “forasteiros” para, em seus palanques baterem sem pena no adversário conterrâneo. Essa defesa fazia-se normal apenas porque atendia aos interesses daquele momento, pois, passada a campanha, voltavam a se apresentar não somente como adversários, mas também, como inimigos para assim estimular o antagonismo do povo, o que alimentava as disputas eleitorais.




sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

MOÇAS DA DÉCADA DE OURO DE PRINCESA

MOÇAS DA ALTA SOCIEDADE PRINCESENSE NA DÉCADA DE 1920

Este retrato, resgatado do acervo do escritor e acadêmico princesense Otávio Augusto Pereira Sitônio Pinto, pelas mãos da neta do coronel José Pereira Lima, Rosane Pereira de Sousa, constitui-se uma joia rara da fotografia, uma vez trazer para nós a reminiscência em imagem da época mais pujante da vida social e econômica de Princesa: a década de 1920. Foi nesse período que floresceram em nossa cidade as atividades culturais, econômicas e sociais que fizeram do recém-emancipado município um polo de desenvolvimento com influência e reverberação por toda região sertaneja do sudoeste paraibano.

Foi nesse tempo que chegaram a Princesa o cinema, a energia elétrica a motor, o teatro, os automóveis, a moda e, principalmente, a cultura com a criação do “Grupo Literário Joaquim Inojosa”, fundado pelo intelectual Waldemar Emygdio de Miranda em 17 de outubro de 1925, que neste ano de 2022 completa seu Centenário. Foi nesse clima efervescente da Princesa dos anos 20 que essas jovens da sociedade se fizeram retratar, o que nos dá agora o prazer de apreciar tão cara lembrança. Eram moças da fina flor da sociedade local, à exceção de duas (Graziela Nunes e sua vizinha de cadeira), conheci todas.

A fotografia

Da esquerda para a direita, de pé: Carmélia Pereira Sitônio (irmã do ex-prefeito Zacharias Sitônio); Antônia Gastão (membro de família importante do vizinho município pernambucano de Triunfo); Joaquina Maia ( “Quina”, irmã da professora Maria Alice Maia); Domitila Pereira (professora e irmã de Marçal Carlos de Andrade); Dulce Mendes (cunhada de Marçal Carlos de Andrade) e Besita Sitônio. Sentadas, da esquerda para a direita: professora Maria Alice Maia; Carmelita Sitônio (irmã do ex-prefeito Zacharias Sitônio); Graziela Nunes; (não identificada); Lourdes Pereira (sobrinha do coronel José Pereira Lima) e Hosana Sitônio (irmã do ex-prefeito Zacharias Sitônio e futura esposa do malogrado Octacílio Maia). Esta fotografia foi feita por Joaquim Belarmino no ano de 1924.