quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Ele tem sempre a mentira pronta

Em casos similares, coisas diferentes. Em situações iguais, avaliações diversas. É comigo?  Então não voga. Os outros erram, mas eu não! Sou caluniado. Não tomo nada de ninguém, apenas copio. Isso lembra quem? Lembra alguém que é visceralmente hipócrita, mentiroso, falso e dissimulado.

Em 29 de maio do ano passado (2021), o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, em vídeo distribuído às redes sociais, discursou de forma exageradamente delicada, porém agressiva, dizendo que a denúncia impetrada pelo ex-vereador Erivonaldo Freire, sobre a compra superfaturada de máscaras e testes rápidos para covid-19, já havia sido resolvida no TCE/PB.

Nesse discurso mentiroso, Nascimento afirmava que a denúncia se tratava de perseguição da oposição e que já havia sido absolvido pelo TCE/PB e que nada, nada tiraria seu foco. Ninguém atentou para isso, mas é aí onde reside o problema do gestor princesense: não mudar o foco. Aliás, um foco roubado.

Roubado sim, pois, tomou emprestado o slogan do saudoso prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que morreu vítima de vários focos de câncer. O foco de Nascimento é outro. É o foco de corrupção que existe na prefeitura que ele comanda. Tudo dele agora, depois da “visita” da Polícia Federal a sua casa, é justificado com as palavras, “Força”, “Foco” e “Fé”.

Força de vontade em continuar prevaricando; Foco num comportamento meliante e Fé blasfema num deus que ele próprio criou. Esqueceu, no entanto, de incluir aí o substantivo “coragem”. Pois é, a coragem que ele tem de dizer o que não é e, mesmo depois de desmoralizado, continuar se auto intitulando honesto e decente com a cara mais lisa do mundo.

Elencar seus malfeitos demonstra a dimensão de sua hipocrisia. Como pode intitular-se de bacana quem fraudou licitação, aumentou seu próprio salário em tempo de pandemia, é inelegível, superfaturou compra de insumos para combater a covid-19, é denunciado por desvio de recursos federais, faz do “Comer Melhor” uma indústria de cheques endossados pelos beneficiários, age com esse mesmo critério quanto aos pacientes de hemodiálise, não recolhe os descontos dos empréstimos consignados, dentre outras estripulias?

A atual nudez moral de Nascimento causa espécie, não por ser novidade, mas pela desfaçatez com que ele lida com ela. Classificar esse comportamento como descaramento é pouco. Isso é um desrespeito institucional à população princesense, um acinte à Justiça da qual ele debocha quando a põe em descrédito, ou insinua que a comanda.

Em sua irritada calma, vive a afirmar e reafirmar que nada tirará seu foco e a dizer que seu mandato somente expirará em 31 de dezembro de 2024, o que, se tivesse tanta certeza, não viveria a reafirmar isso. Quanto ao foco, repito, é preocupante, pois mantê-lo [o foco], significa que as traquinagens com o dinheiro público continuarão financiando a prosperidade dele e dos seus. Slogan mais apropriado seria: “Farsa”, “fosso” e “Fel”.




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