segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Falando de arte

A amazona – Retrato de Marie Lefébure

EDOUARD MANET - 1870-75, ÓLEO SOBRE TELA, 89,5 x 116 CM

Nascido em uma família burguesa e abastada, Manet iniciou seus estudos com a literatura e ingressou na carreira de oficial da marinha. Depois de uma viagem ao Rio de Janeiro, persuadiu a família de sua vocação artística. Convencido de que a renovação da pintura deveria basear-se no estudo da tradição, copiou as grandes obras do Louvre e viajou pela Itália, Holanda, Áustria e Espanha. Precursor do impressionismo, Manet foi uma figura essencial na passagem entre a arte acadêmica e a arte moderna. Grande mobilizador da cena artística na segunda metade do século 19 em Paris, foi interlocutor de escritores e poetas como Émile Zola (1840-1902) e Charles Baudelaire (1821-1867). Suas personagens encaram duramente o espectador e parecem desafiar a tradição e a crítica. Em A amazona (1870-75), há um forte contraste entre o fundo, com verdes diluídos e esmaecidos, e a figura da mulher, com o volume bem demarcado de sua roupa preta. O cavalo se volta para o fundo da tela, como se fosse penetrá-la. A amazona olha para fora, enquanto cavalga e balança uma varinha, objeto que parece ter sido pintado duas vezes – um pentimento (“arrependimento” em italiano). Em geral, tais correções são escondidas pelos artistas, mas Manet tentou agregar a sensação de movimento à composição. “Extraído do Guia do MASP)








 

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