Joaquim Mariano era um matuto sabido, inteligente e muquirana, portanto avesso ao desperdício de dinheiro, principalmente, quando se tratava do seu. Certa vez, atendendo reclamação de sua esposa, dona Lindaura, de que o fogão a gás estava com as bocas entupidas, Joaquim mandou chamar um técnico para consertar aquelas peças.
Compareceu à casa de Mariano - enquanto este confabulava com alguns amigos à sala de estar -, um rapaz que se apresentou como apto para realizar os consertos. Era Zé de Antônio Coxinho. "Seu" Joaquim autorizou o serviço, e o jovem rapaz adentrou à cozinha de sua casa com o mister de resolver o problema que afligia sua patroa.
Passados pouco mais de 30 minutos, o rapaz retornou à sala, dizendo que o serviço já havia sido executado e que o fogão estava "primeira", ao que Mariano perguntou-lhe:
- Tá pronto mermo?.
O rapaz respondeu:
- Sim senhor.
Diante disso, o velho indagou:
- E quanto foi?
O jovem disse:
- Vinte cruzeiros, seu Joaquim.
O velho olhou para o consertador, arqueou as sobrancelhas e gritou:
- Ô Lindaura, traz a caixa que o menino vai levar o fogão!
Espantado, Zé disse:
- Mas, seu Joaquim...
O velho redarguiu sem dar tempo do jovem falar:
- É isso mermo meu filho. Por esse preço, é melhor você levar o fogão.
Para não perder de tudo, o rapaz saiu da casa de Joaquim Mariano com uma nota de cinco cruzeiros.
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