Nestes tempos de
exacerbado policiamento das minorias quanto ao comportamento da maioria, vez
por outra nos deparamos com situações que se nos apresentam bastante
esquisitas. Ontem, assistindo ao noticiário televisivo, surpreendi-me com um
fato interessante: uma agência bancária foi interditada porque não permitiu que
fosse, em sua fachada, divulgada através de banners
e cartazes, a realização de um “casamento gay”. Ora, por que tamanha
fiscalização proibitória somente porque dois homens se uniram legalmente para
um convívio afetivo comum? E também, qual a necessidade de se fazer divulgação
pública de uma união que, se considerada legítima, não é normal? Aí é que a
coisa fica desequilibrada, pois, o que antigamente era considerado crime (na
Inglaterra do século passado, o exercício do homossexualismo era considerado
ilegal, punível até com a prisão dos que a praticavam, o que aconteceu até com um
escritor famoso daquele país, Oscar Wilde), hoje é legal com a quase a obrigação
(não somente o direito) de divulgá-la aos quatro ventos como que incentivando
aos jovens fazê-lo porque é moderno (da moda) e normal.
Nada contra a união afetiva de duas pessoas do mesmo sexo.
Isso é um direito de cada um, não somente hoje, mas o que já deveria ter sido
admitido há muito tempo. Porém, fazer apologia do “casamento gay” como se fora
uma novidade boa, ou propagandear o evento como que no intuito de incentivar
para que aconteça, acho por demais anormal e contraproducente. Afinal,
casamento, como bem definem os dicionários da língua vernácula - a exemplo do Houaiss: “casamento - união voluntária de um
homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se
estabeleça uma família legítima” e diz também: “casal: par formado por macho e fêmea; marido e mulher” -, já se
define por si só uma vez que se destina ao acasalamento e, consequentemente, à
procriação e à formação de uma família. Portanto, se dois homens juntos ou duas
mulheres juntas – em ambos os casos em conjunção carnal -, não detêm o poder
natural de procriar isso não pode ser considerado um casamento. Preconceito?
Exclusão? Não! A nomenclatura do ato não pode ser a mesma, pois, atendendo às
exigências destes tempos do politicamente correto, porque não chamar, simplesmente,
de “União?”. O uso de termos equivocados denota uma retaliação aos tempos em
que havia repressão aos gays. Isso nada constrói tampouco o uso do termo
correto em nada diminui a importância do ato que se justifica por que é fato e
direito de quem o escolhe para si.
Por que os noticiários da Rede Globo insistem em chamar
aquela que foi unida afetivamente à vereadora carioca assassinada, Marielle
Franco, de viúva e não de companheira? Ainda de acordo com o dicionário Houaiss: “viúva – mulher cujo marido morreu e não se casou de novo”. Às
vezes fico a pensar que o preconceito se manifesta de forma inversa, pois, o
que considero importante é a conquista dos direitos das minorias e, em se
tratando dos homossexuais, não a desnecessária apologia dessa nova situação
que, se não bem explicada às crianças e aos adolescentes pode causar confusão
em suas mentes e agressões comportamentais. Sei que serei criticado por alguns
setores que defendem com unhas e dentes essa nova bandeira, porém, não me
aparto do direito de dizer o que penso e afirmo por fim que, não sou contra a
união de duas pessoas do mesmo sexo, apenas reprovo a forma como a conduzem,
principalmente quando consideram esse fato algo de singular importância que
deve ser divulgado aos quatro ventos como se fora o novo modus vivendi recomendado para os jovens ou que deve ser louvado
por todos.
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