Paulo Mariano passou a
vida lutando pela igualdade social das pessoas. Não admitia discriminação,
tampouco suportava a desigualdade imposta pela sociedade retrógrada
representada pelos “ricos”, o que fazia impeditivo o direito de os filhos dos
pobres alcançarem ascensão social através dos estudos. Por conta disso, quando
seus dois filhos, Yuri e Giovani, passaram no vestibular, o “véi” (como o
chamávamos) tomou uma cachaça no bar de “Gera” e resolveu dar essa alvissareira
notícia aos dois grandes líderes políticos da cidade.
Primeiro partiu para o palacete dos “Pereira” para comunicar
a Aloysio e a Gonzaga Bento. Lá chegando e não encontrando ninguém, decidiu ir
até a praça dos “Nominando”. Achando fechada a porta da chamada “Casa Grande”,
foi à casa do professor Genésio Lima, do outro lado da Praça. Genésio, que
estava sentado a uma cadeira assistindo à televisão, com a porta da sala
entreaberta, surpreendeu-se quando Paulo bateu palmas e foi logo dizendo: “Genésio, filho de pobre também passa em
vestibular! Os meus passaram.”.
Genésio levantou-se da cadeira em que estava sentado e, já
fechando a porta, respondeu a Paulo: “Passar,
passa. Quero ver é ter condições de estudar”. Já se retirando, Paulo
Mariano respondeu com um palavrão impublicável, mandando Genésio tomar não sei
aonde e foi embora para casa. Em pouco menos de cinco anos, seus dois filhos se
formaram: um em Odontologia e, o outro, em Farmácia e Bioquímica. A igualdade
se consumou.
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